5 fatores que vão influenciar o comportamento dos consumidores no pós pandemia

Numa economia disruptiva e incerta como é a da era da Covid-19, lançar novos produtos é mais complicado do que se pensa. E que o digam as empresas e os seus fundadores. Conheça os cinco fatores que vão influenciar o comportamento dos consumidores no pós pandemia.

Andy Areitio, sócio do fundo de estágio inicial da TheVentureCity, escreve na FastCompany que se fosse um empreendedor iniciante a desenvolver um produto no início de 2021, a sua atenção focar-se-ia no tempo. Tendo em conta a incerteza da era pós-Covid-19, questiona: Mas como será o mundo nos próximos 6,12, 24 meses? De que forma irá o produto encaixar-se melhor neste novo contexto? O que acontecerá?

Quando as empresas de capitais de risco decidem se querem ou não investir numa start-up, o “momento certo” é provavelmente o critério mais delicado a ser avaliado e tido em conta. Frequentemente, a questão mais difícil não é tanto se a tecnologia ou produto afetará uma indústria, mas antes quando é que isso acontecerá.

Segundo o investidor, um aspeto fundamental é aquilo que o produto pode enfrentar ao ser lançado no mercado: se os clientes terão de mudar substancialmente o seu comportamento para adquiri-lo.

Por isso, Areitio defende que é essencial ter em conta alguns comportamentos do consumidor – que espera ver acontecer nos próximos dois ou três anos –  para que as empresas possam criar produtos que respondam a essas tendências.

1. A recuperação em forma de K
Independentemente de estar a construir um negócio B2C ou B2B, preste atenção à taxa de desemprego do mercado que terá como alvo. Uma economia que pode criar empregos rapidamente retornará aos níveis de consumo anteriores e irá gradualmente pagar a sua dívida. Quando se trata de consumidores, provavelmente podemos esperar uma recuperação em K, onde alguns consumidores se sairão bem e outros não, dependendo dos seus empregos. Por exemplo, se por um lado, esta crise pode ser longa o suficiente para “matar” restaurantes ou hotéis que foram severamente atingidos. Por outro lado, as empresas de entrega de alimentos irão acelerar o seu crescimento; o sucesso recente da Instacart é um bom exemplo.

2. Trabalho remoto
A previsão do escritor e inventor britânico Arthur C. Clarke há mais de 50 anos, ganhou expressão: “os homens não se deslocarão mais, comunicarão”. Se estiver certo, as cidades e os subúrbios serão diferentes no futuro. Estamos a assistir a muito buzz em torno de fundadores e empresas que estão a sair de Silicon Valley para Miami ou Austin.

Atualmente, o fator determinante ao decidir onde localizar a sua start-up é a localização da sua equipa e dos seus clientes. Com o trabalho remoto, só terá que pensar em estar ao alcance dos seus clientes (e manter uma boa comunicação).

À medida que passamos mais tempo em casa, Areitio espera ver inovações: “Já começamos a testemunhar a explosão do fitness em casa como uma nova categoria e a jardinagem a tornar-se parte da nossa rotina”.

3.Saúde
“Acredito que os consumidores nas economias ocidentais sentem-se agora mais vulneráveis ​​do que em 2019 e prestarão mais atenção à saúde e à prevenção”, escreve Areitio. Provavelmente, começaremos a exigir mais ferramentas e serviços que nos permitam estar mais atentos à nossa saúde – não só à nossa aptidão física, mas também à saúde mental.

O mesmo vale para produtos que ligam os consumidores a serviços de saúde mais rápidos, baratos e acessíveis, virtualmente ou pessoalmente. Isso inclui tecnologia que nos permite partilhar os nossos dados de saúde e, assim, facilitar o diagnóstico ou até mesmo melhorar o autodiagnóstico. As inovações não se cingirão só à saúde humana – também é exigido que se alargue estes cuidados e atenção aos animais domésticos.

4. Fluência digital
Durante a pandemia, empresas, escolas e pessoas mantiveram as suas rotinas, graças à digitalização. O movimento sem código está mais forte do que nunca, permitindo que os utilizadores não especializados criem e lancem produtos digitais sem contarem com um engenheiro na sua equipa.

Os tecnólogos estão mais otimistas do que nunca, pois os seus produtos mostraram-se cruciais para superar esta crise. Mas para que essa tecnologia inovadora atinja todo o seu potencial, precisamos de fechar as lacunas na fluência digital e acessibilidade. Isso exigirá um verdadeiro acesso às populações que não têm recursos, conectividade ou educação para aproveitar as tecnologias mais recentes. Também significa que provavelmente prestaremos mais atenção aos sistemas e aplicações que podem facilitar a digitalização, por exemplo, dos idosos. “Na próxima década, acredito que veremos o acesso à internet a tornar-se num direito humano”, diz Areitio.

5. Sustentabilidade
A mudança para uma economia mais sustentável é uma realidade que está a ser adotada tanto no “topo” como na base da pirâmide de consumo. Do lado da procura, os consumidores já exigem que as empresas adotem esta mudança; do lado da oferta, as empresas começam aos poucos a readaptar a sua atuação no mercado e a responder a estas exigências.

Mas, mais importante, aqueles que continuam a investir em grandes “pools” de capital, como fundos de pensão, exigem que empresas de private equity (incluindo os capitalistas de risco) invistam numa economia mais sustentável.

Por isso, se estiver para “levantar” capital de risco em 2021, certifique-se o seu negócio tem impacto em pelo menos um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU para aumentar a probabilidade de obter financiamento.

Comentários

Artigos Relacionados