46% das empresas portuguesas prevê aumentar o número de colaboradores em 2020

44% das empresas portuguesas tinha contratações previstas para o presente ano, uma percentagem que aumenta para 46% em 2020, revela um estudo da Mercer, que considera que a tendência de recrutamento mantém-se elevada no nosso país.
47% das organizações afirma que irá manter o número de colaboradores em 2019 e 9% prevê a redução do seu número, segundo um estudo da Mercer que analisou mais de 111 mil postos de trabalho em 430 empresas em Portugal.
Em 2019 os incrementos salariais rondaram os 2% para quase todos os níveis de responsabilidade, mantendo-se os valores do ano passado. Para 2020 as empresas inquiridas preveem incrementos ligeiramente superiores relativamente ao ano anterior. Esta é uma das principais conclusões do estudo Total Compensation Portugal 2019 realizado pela Mercer, que analisou este ano 111.692 postos de trabalho em 430 empresas no mercado português.
A tendência dos últimos três anos, no que se refere à intenção das empresas recrutarem mais colaboradores, sofre agora um pequeno revés_ a percentagem caiu de 53% em 2018, para 44% em 2019. A previsão para 2020 aponta para um ligeiro acréscimo, com 46% de empresas a demonstrarem intenção de recrutar mais pessoas. Apesar destas ligeiras variações anuais na intenção de recrutar, a tendência de recrutamento mantém-se elevada, refere a Mercer. Por outro lado, 47% das organizações afirma que irá manter o número de colaboradores em 2019 e 9% prevê a redução do seu número.
Cerca de 85% das empresas que participaram no estudo realizam a sua revisão salarial uma vez por ano. Desta percentagem, 32% escolhe o mês de março para a revisão, 22% opta pelo mês de abril e 19% por janeiro. No período das revisões salariais, a percentagem de incremento atribuída aos colaboradores é determinada por um conjunto de fatores que influenciam diretamente o valor disponibilizado para esse fim.
Assim sendo, surgem como fatores preponderantes na atribuição de incrementos, os resultados individuais do colaborador (85%), o posicionamento na grelha salarial (64%) e os resultados da empresa (58%). Outros fatores que influenciam os incrementos salariais referem-se a diretrizes da casa-mãe, equidade interna, orçamento aprovado e acordos coletivos de trabalho. A antiguidade e o nível funcional são os fatores que menos influenciam a atribuição do incremento salarial
À semelhança do verificado em 2018, o estudo de 2019 da Mercer evidencia também uma variação positiva dos salários para a generalidade dos grupos funcionais, mantendo-se como um indicador favorável relativamente à evolução dos salários no país.
A maioria das empresas participantes no estudo (92%) concede um plano médico aos seus colaboradores. O seguro de saúde para os colaboradores é muito frequentemente extensível aos familiares (registado em 69% dos inquiridos), considerando o cônjuge e filhos e incluindo coberturas de hospitalização, parto, medicamentos, assistência ambulatória, estomatologia, próteses e ortóteses. Na maioria das organizações, o custo para o colaborador é totalmente suportado pela empresa (80%). No entanto, para a extensão do benefício a cônjuges e filhos é mais frequente existir uma comparticipação do colaborador caso o mesmo a deseje.
Cerca de 60% das empresas concede dias de férias extras (além do regulamentado por lei) aos seus colaboradores, o que representa um aumento de 4% em relação a 2018. Cerca de 20% das empresas participantes pagam as quotas dos colaboradores em alguma associação profissional (mais 3% face a 2018) e 11% pagam a mensalidade de alguma atividade desportiva. Em 36% das empresas participantes no estudo da Mercer, as despesas associadas à educação dos colaboradores são asseguradas pela empresa (em média em cerca de 69% do custo total), estabelecendo-se em alguns casos um valor máximo limite. Cerca de 28% das empresas participantes atribuem subsídio escolar aos filhos dos colaboradores e cerca de 12% concede subsídios de creche.
Para este estudo foram analisados 111.692 postos de trabalho em 430 empresas presentes no mercado português. A amostra do estudo Total Compensation 2019 é constituída por empresas multinacionais (60%) e empresas nacionais (40%). Relativamente às multinacionais estrangeiras, a sua maioria tem origem nos Estados Unidos da América (30%) seguida de Alemanha (13%).