35% das empresas europeias detidas por private equity já se rendeu à descarbonização

A Europa lidera o parâmetro de descarbonização no setor de PE, em comparação com Ásia e América do Norte, assegura a BCG.

As empresas europeias detidas por fundos de private equity (PE) já estão a implementar estratégias de descarbonização nos seus negócios. Segundo o estudo “Where Are Private Equity Firms on Their Way to Net Zero?”, realizado pela Boston Consulting Group (BCG), 35% das empresas com este perfil já o faz, percentagem que coloca a Europa na liderança global deste parâmetro no setor de PE, em comparação com a Ásia e América do Norte onde apenas 23% e 10% das organizações geridas por private equity contam com planos de descarbonização, respetivamente.

Com um total de 8,7 biliões de dólares em ativos sob gestão, a indústria de private equity influencia os esforços das empresas do seu portefólio para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa (GEE), nomeadamente na Europa e, simultaneamente, aumentar a criação de valor.

Globalmente, cerca 22% empresas detidas por private equity tem uma estratégia de descarbonização já implementada (uma proporção inferior aos 29% registados nas empresas públicas), e destas apenas 11% assumiram compromissos de longo prazo para atingir a neutralidade carbónica. Ainda assim, entre as empresas geridas por PE que implementaram estratégias de descarbonização, 19% revela que irá definir uma estratégia para a neutralidade carbónica nos próximos dois anos, demonstrando a responsabilidade e o compromisso com a descarbonização.

Refira-se que entre 2022 e 2023 as empresas detidas por private equity com estratégias de descarbonização reduziram as suas emissões de âmbito 1 e 2 em 11%, quase o dobro dos valores registados pelas organizações sem qualquer plano (5% e 6%, respetivamente).

Do ponto de vista setorial, a proporção de empresas com um objetivo de descarbonização a longo prazo é maior na indústria de serviços (17%), e nos setores dos transportes (14%), infraestruturas (14%) e indústria extrativa e de processamento de minerais (14%).

Pelo contrário, setores das fontes renováveis e energias alternativas (10%), das tecnologias e comunicações (9%) e da saúde (8%) são os que apresentam menores percentagens de empresas com estratégias de descarbonização implementadas.

Por sua vez, as organizações de maior dimensão são as que que estão a fazer mais progressos em matéria de descarbonização, contando com mais capital disponível para assumir compromissos de longo prazo neste âmbito. Do conjunto das empresas com receitas superiores a 200 milhões de dólares analisadas, 15% já definiu um objetivo de descarbonização a longo prazo e alinhado com as metas de neutralidade carbónica, em comparação com 9% das organizações com receitas entre os 50 milhões e os 200 milhões de dólares, e 7% das organizações com menos de 50 milhões de dólares.

“Os fundos de private equity estão a intensificar a pressão sobre as empresas que gerem, promovendo a neutralidade carbónica como uma alavanca estratégica para melhorar os resultados financeiros, reduzindo custos e mitigando riscos”, explicou Pedro Pereira, Managing Director e Senior Partner da BCG em Lisboa. “Ao integrarem metas de sustentabilidade nas suas operações, as empresas não só se posicionam melhor para atender às exigências de clientes, reguladores e investidores, como também contribuem para acelerar a transição climática”, conclui.

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