Viagens de negócios vão aumentar, mas com custos controlados, segundo a Accor

Um novo relatório da Accor estima que o número de viagens corporativas e de negócios aumente, mas agora com especial atenção aos custos e à sustentabilidade.

A empresa reuniu líderes do setor de tecnologia, direito, energia, engenharia e produtos farmacêuticos para criar uma visão para as viagens de negócios e reuniões corporativas no pós-pandemia. O objetivo passava por aprofundar o real valor das viagens, analisando o impacto destas em termos ambientais, sociais e de governança (ESG) e o que é que as empresas precisam de priorizar em 2024.

E constatou que 57% dos entrevistados preveem um aumento no orçamento de viagens em 2024 versus 2023. As mesmas empresas colocam a “experiência do viajante” como a segunda consideração mais importante em 2024, a seguir à redução de custos. Todos os inquiridos concordam que a política agora é “Purposeful Travel”.

Algumas dessas prioridades prendem-se com o custo das viagens e com a sustentabilidade. Vejamos alguns dos insights desta análise.

O estudo da Accor descobriu que as pessoas estão preparadas para viajar, mas com ressalvas. Descobriu que as despesas das empresas com viagens de negócios caíram apenas 24% comparativamente a 2019, uma melhoria de 10% em relação a 2022. Enquanto isso, uma pesquisa da Deloitte, referida pelo estudo, estima que até ao final de 2024 os gastos estarão nos níveis pré-pandemia.

As reuniões virtuais são uma vertente já aceite no mercado de trabalho, o que não era comum antes da pandemia de Covid-19. Contudo, os negócios ainda continuam a ser selados com um aperto de mão.

Em termos financeiros, a pesquisa mostra que os profissionais preveem mais 25% de receitas quando as reuniões são cara a cara e não virtualmente. Acresce a este lado financeiro, o facto de os trabalhadores precisarem de interação com colegas e colaboradores para a sua saúde mental e satisfação no trabalho, salienta a pesquisa.

Mais, os inquiridos concordaram que a sua política de viagens de negócios tem a ver com o ser adequada e mesmo necessária, e por isso cada viagem é examinada em termos de retorno sobre o investimento e as expetativas.

O relatório destaca ainda um novo conceito de viagens de negócios que apelida de “Bleisure”, isto é, uma mistura entre trabalho e lazer. No fundo, consiste em estender viagens de negócios, quando o trabalho está concluído, para fins de lazer.  67% dos inquiridos admitiram tê-lo feito em 2022, mas a maioria acredita que o mercado de “viagens” mistas ainda é pequeno e que “o prazer é uma nova e crescente tendência das viagens de negócios”.

Se a empresa já está a pagar a viagem de qualquer maneira, se o trabalhador pider estendê-la sente que está a receber um extra, desta forma a sua moral é reforçada e sem custos adicionais. Além disso, as pressões sociais também são tidas em consideração, como por exemplo, o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, o desejo de viajar com a consciência verde e a compensação de qualquer ressentimento por ter de estar longe dos amigos e da família para trabalhar.

59% dos inquiridos numa pesquisa do Booking.com, citada pela análise da Accor, confirma que viajar e explorar novos lugares os incentiva a serem mais produtivos no trabalho. Os millennials são a geração mais propensa a aderir ao conceito de “bleisuretravel, com 38% dos entrevistados a querer estender as suas viagens de negócios para tempo extra de lazer.

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