Esta é uma história baseada em factos verídicos, mas que se passa debaixo do mar: o Mar Domina Mercado. Este era um mar onde toda a fauna marinha consumia produtos e serviços, o chamado plancton, de acordo com o que os tubarões definiam.
Estes, com o domínio que tinham conquistado ao longo de décadas de sociedade, competiam entre si pela conquista de mais mares e de cardumes de peixes existentes nos vários corais e recifes.
Os tubarões viviam em plena concorrência, conhecendo-se, respeitando-se e permitindo que a fauna marítima se desenvolvesse de acordo com os seus desejos. Em termos práticos, controlavam-se uns aos outros, sabiam o que uns e outros faziam, evitando dominar corais uns dos outros.
Os peixes mais pequenos viviam em profundidades maiores que os tubarões. Viviam na lenda, passada pelos seus antepassados, que a felicidade estaria em nadar junto à superfície, mas que teriam de passar pelos tubarões. Só que sabiam que saindo de determinada profundidade, nadando como aprenderam com os seus pais e avós, seriam mais facilmente detetados pelos tubarões e assim engolidos. Havia quem, por vezes, se arriscasse a aventurar-se nesses mares, tentando nadar rápido, achando que seria mais veloz que um tubarão, mas o fim estava traçado. Assim, com o tempo, os peixes foram-se habituando a residir em locais cada vez mais pequenos, procurando ser felizes nesses corais mais pequenos. E, por isso, habituaram-se a nadar uns metros para a frente e uns metros para trás. Arriscando menos, resignando-se ao espaço que os tubarões lhes deixaram.
Um dia, o jovem peixe Digital, irrequieto e que outros o consideravam um idiota pelas suas estranhas ideias, considerou que não mais poderia nadar à volta de um único coral. Percebeu que noutros corais existia plancton muito mais apetecível que no seu. Entendeu que poderiam existir formas mais alargadas de criar relações e amizades com peixes de outros corais. Procurou entender novas formas de nadar nos mares, sem a necessidade de ir para profundidades onde os tubarões andavam, as tais profundidades que os seus pais e avós lhe haviam ensinado como o caminho indicado da felicidade. Compreendeu que poderia nadar em profundidades diferentes das dos tubarões, indo para mares não antes falados. Para nadar até essas novas zonas, foi registando no caminho os locais por onde passava, aprendendo onde ir, onde não ir e até errando por vezes, com alguns sustos que apanhou. Houve até uma vez que, sem se aperceber nadou como o seu pai, de nome StatusQuo e que era um peixe muito respeitado no coral, e logo um tubarão se aproximou.
Descobriu novos corais não explorados, com novos modelos de plancton para experimentar. Sozinho experimentou e gostou. Mostrou a um conjunto de amigos os novos modelos de nadar e de plancton. Introduziu ainda sinais de comunicação entre eles para mais fácil interação entre eles, passando despercebida essa nova linguagem aos tubarões.
A boa nova começou a espalhar-se nos vários corais. As várias comunidades de peixes começaram a usar os novos métodos do peixe Digital, descobrindo que existiam afinal muitos mais mares e corais, do que alguma vez os pais e avós lhes haviam dito. Até novos modelos de plancton existiam.
Os tubarões sem perceberem ficaram a nadar nos seus mares, sem entender o que se passava em profundidades mais baixas. Apenas viram que o número de peixes era cada vez menor e começaram preocupados a lutar uns contra os outros, julgando que um outro tubarão lhes havia tirado os peixes.
O (peixe) Digital criou assim um novo espaço, nunca antes pensado ou imaginado. Passou a ser uma referência para as comunidades de peixes.
O que é que o (peixe) Digital fez? Aprendeu que era fundamental diariamente fazer diferente, experimentar, errar e aprender todos os dias, melhorando mais uns metros de coral, usando novas técnicas e ferramentas que foi descobrindo e que tinha à sua disposição. Não parou, não se conformou. Criou novas comunidades, criou novas formas de comunicar e até de consumir plancton.
E você? Vai continuar a nadar da mesma forma no mar com a sua empresa?