Uma start-up que troca as suas divisas sem que tenha de sair de casa

A Kambista é um start-up do Perú que realiza operações de câmbio de divisas em tempo real através de um site. O objetivo? Aumentar a segurança e reduzir os custos inerentes ao processo.

Quando é preciso trocar divisas há duas hipóteses: ou recorremos aos bancos ou às casas de câmbio. Em alguns países há uma terceira hipótese, os câmbios de rua pouco seguros e incertos.

Foi a pensar nas casas de câmbio e nos câmbios de rua, que implicam investir tempo e expor-se à insegurança, que nasceu a Kambista, uma start-up peruana que promete revolucionar este mercado.

Como disse o seu CEO, Daniel Bonifaz, em entrevista ao El Comercio, “é uma tentativa de digitalizar um serviço. Basicamente, procuramos solucionar o problema da insegurança e da informalidade. As pessoas já não têm que sair à rua com dinheiro para poder trocá-lo para soles ou para dólares. Agora pode fazê-lo a partir da sua casa ou escritório, através da nossa plataforma de internet”.

Finalista da Start-Up Perú, concurso do Ministério da Produção do país, esta empresa conseguiu ultrapassar em três meses de atividade um milhão de soles (cerca de 285 mil euros) em transações, prevendo chegar a julho com um movimento médio mensal de 4 milhões de soles (cerca de 1,1 milhões de euros), valor que lhes permitirá ser rentáveis, avança Bonifaz.

A start-up nasceu com um investimento de 9 mil dólares (cerca de 8300 euros) dos seus sócios fundadores. Hoje o desafio passa por conseguirem captar investimento. Para tal têm na calha um pitch à Wayra e à UTEC Ventures.

Segundo o seu CEO, o que os torna competitivos é o facto de fazerem “uma taxa de câmbio em tempo real, de acordo com a flutuação do mercado. Isso dá-nos vantagens em relação às casas de câmbio, que normalmente têm uma taxa de câmbio a cada quatro horas, mais ou menos”.

O câmbio em tempo real é conseguido através do programa que desenvolveram, em que “o dólar está ligado ao Google Finance ou ao Yahoo Finance até ao fecho do mercado, pelas 16h30”, sendo que podem continuar a “realizar operações das 16h às 20h com pré-aviso”, refere.

O seu modelo de negócio baseia-se no tipo de câmbio, do ‘spread’ entre a compra e a venda. “Também ganhamos por volume de operações. Com efeito, atualmente trabalhamos com três empresas. Há empresas que não têm atendimento preferencial nos bancos. Há também os escritórios de advogados que pagam em dólares, as start-ups e as pequenas fintechs. Todas estas empresas são penalizadas quando fazem câmbios. Nós somos uma solução para elas”, indica o responsável.

Para se poder utilizar o serviço, é necessário que o utilizador faça o seu registo no site e indique uma conta bancária para a qual deseja receber o dinheiro. Depois basta referir o montante que deseja trocar e esperar que o sistema indique a taxa de câmbio em tempo real, quanto se irá poupar comparativamente com o custo da mesma numa entidade bancária e quando se irá receber.

Para terminar o processo basta que o utilizador faça a transferência do montante para a conta da Kambista e envie o comprovativo da transferência e “em menos de 10 minutos, nós fazemos o depósito, se se tratar de um montante que não ultrapasse os 5 mil dólares (cerca de 4600 euros), garante Bonifaz. Se for mais, é necessária uma coordenação prévia e o tempo da transação pode ser de até uma hora”.

O envio do comprovativo é um dos aspetos que a start-up pretende automatizar no futuro próximo, de forma a escalar o negócio, bem como lançar a versão em app e melhorar a experiência e interação com o utilizador.

 

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