Como fazer com que a sua start-up seja cotada na bolsa: o caso argentino

Depois da entrada da OutSystems e da Farfetch na bolsa e, mais recentemente, o anúncio da Science4you querer lançar uma Oferta Pública de Distribuição sobre ações representativas do seu capital, o entusiasmo aumenta para as start-ups que também querem atingir este estatuto. Saiba como funciona na Argentina quando se tem esta ambição.
O Mercado Argentino de Valores (MAV) desenhou um programa para que os investidores qualificados se possam converter em sócios dos empreendedores, ajudando-os a impulsionar o seu crescimento e a juntarem-se rapidamente aos mercados regulados.
O MAV assegura que a única maneira de validar uma ideia é lançando-a no mercado. No entanto, muitas empresas perdem oportunidades de financiamento no mercado de capitais por não terem implementado um plano de financiamento ou por não terem os seus processos internos organizados.
Por isso, o MAV e a Aceleradora Litoral estabeleceram uma parceria para potenciar o financiamento de start-ups. O programa A2 Capital Market (CM) propõe um modelo disruptivo de financiamento para as start-ups, promovendo a operação de entrada em bolsa (IPO – Initial Public Offer).
Segundo o MAV, estas são as etapas que deve seguir para que a sua start-up lance uma IPO:
1. Apresentação do resumo executivo e do plano de negócios: é a primeira etapa de análise, através da qual se avaliará a viabilidade de integração do projeto no programa A2CM;
2. Preparação da documentação que permite a participação da start-up no programa;
3. Análise à estrutura legal: validação da metodologia de avaliação apresentada pelo empreendedor ao investidor e reorganização da informação corporativa, promovendo uma difusão adequada e oportuna de todos os assuntos relevantes da empresa, incluindo a situação financeira, o seu desempenho e gestão. Apostar também naprofissionalização e transparência da gestão do negócio, e na estruturação dos direitos especiais dos investidores;
4. Apresentação do plano técnico aos investidores institucionais e aos investidores hierarquizados – potenciais fontes de fundos de financiamento inicial;
5. Private Placement: primeira ronda de colocação privada no market place MAV. O investidor terá acesso ao documento técnico do projeto na plataforma MAV, onde a informação de operação, comercial e financeira da empresa é atualizada com frequência. Além disso, serão publicados factos relevantes de interesse para o investidor e a documentação necessária. Os investidores poderão contactar com os gestores da start-up através de uma interface virtual associada à plataforma MAV;
6. Cinco anos depois, cotação no painel MAV.
Rumo à bolsa de valores
Na Argentina, as start-ups posicionam-se como verdadeiros referentes de inovação, levando a que muitos especialistas em finanças internacionais as considerem como as melhores opções para as grandes capitais.
Neste sentido, o MAV desenhou o programa A2 Capital Market, um caminho para a profissionalização e o crescimento das start-ups e dos empreendedores, criando uma fonte alternativa de financiamento: o Private Placement MAV.
Sobre o programa A2CM, Fernando Luciani, diretor executivo do MAV, explicou que “este sistema recente na Argentina – mas com desenvolvimento em outras partes do mundo – permite aos investidores qualificados converterem-se em sócios dos empreendedores e ajuda as start-ups a impulsionarem o seu crescimento e a consolidarem o caminho para que possam depois listar-se nos mercados regulados”.
O programa dinamiza a viagem da start-up para a entrada em bolsa, construindo um percurso sustentado e sustentável à medida que a empresa avança em todas as etapas.