Seis histórias de sucesso improváveis
Muitos empreendedores, investidores ou criativos que agora são conhecidos internacionalmente encontraram, ao longo do seu percurso empresarial, barreiras difíceis que os podiam ter bloqueado. Mas foram suficientemente persistentes na sua trajetória para atingirem o sucesso final.
Por exemplo, se não fosse pela persistência, em 1955, do então falido Harland “Colonel” Sanders, de 65 anos, a sua receita secreta do Kentucky Fried Chiken não teria resultado nos mais de 17 mil Kentucky Fried Chicken que hoje estão espalhados pelo mundo.
O que se segue são mais histórias de quem não aceitou um não como resposta, em categorias que vão desde itens para casa, até automóveis ou moda, começando com a história mais recente de um frango frito.
Raising Cane’s
Atualmente, a cadeia de chicken fingers tem mais de 200 restaurantes franchisados. No entanto, o seu fundador e CEO, Todd Graves recorda: “tive a pior nota no meu plano de negócios numa cadeira universitária. O professor disse-me que um restaurante de chicken finger nunca iria resultar. Os bancos disseram o mesmo.” O website da empresa mostra fotografias de Graves que, na altura, trabalhava 90 horas por semana numa refinaria em Louisiana, seguido de 20 horas por dia num barco de pesca do Alaska para juntar o dinheiro suficiente para abrir o seu restaurante em Baton Rouge, em 1996, com a ajuda de um empréstimo.
Tupperware
O primeiro negócio do inventor do Tupperware, Earl Silas Tupper, uma empresa de paisagismo e viveiros, faliu durante a Grande Depressão. Quando conseguiu um trabalho na empresa DuPont Chemical desenvolveu recipientes de plástico com tampas impermeáveis e herméticas. Em 1946, começou a vendê-los em lojas de conveniência e em empresas de distribuição privadas. Eram também incluídos como ofertas na compra de cigarros. Mas, apesar de ter sido premiado pelo design no Wonderbowl, as vendas da Tupperware eram insignificantes devido à má reputação do plástico. O valor do produto tinha que ser demonstrado.
Tudo mudou devido às festas Tupperware. A ideia partiu de Brownie Wise, uma executiva de vendas, e mãe solteira, que subiu ao estrelado. Infelizmente entrou em choque com o fundador da empresa e, em 1958, acabou por ser afastada por Tupper que tudo fez para a apagar da história da empresa. Apesar de tudo, a vida e o trabalho desenvolvido por Wise na Tupperware deverá chegar a filme de Hollywood.
Dodge Hellcat
O carro desportivo de 707 cavalos da Chrysler, o supercharged Hellcat V8, foi um sucesso antes mesmo de ser lançado. A Autonews intitulou o seu motor de uma sensação da Internet ao afirmar: “Não se pode comprar o tipo de publicidade que o Hellcat gerou”.
No entanto, no início de 2011, e ainda na fase de planeamento, foi quase cortado da lista Chrysler dado que os fundos de desenvolvimento eram escassos. O projeto foi arquivado durante quatro meses, mas trazido de volta pelo comité de desenvolvimento de produtos porque a equipa de SRT (Street and Racing Technology) não deixava a ideia morrer.
Post-it
Os Post-it, famosos papéis amarelos que se podem colar e descolar facilmente, foram um feliz acidente mas demoraram algum tempo antes de encontrarem o seu lugar nos monitores dos computadores, nos relatórios impressos e em todos os escritórios e casas, por todo o mundo. O Post-it teve o seu início em 1968, quando o químico Spencer Silver da 3M tentava aperfeiçoar colas para fitas adesivas. Sem querer, acabou por criar um adesivo não permanente, que se colava e deslocava com toda a facilidade.
Uma primeira tentativa de aplicar a “tecnologia” para usar no quadro de avisos não vingou. Então, o co-cientista de Silver, Art Fry, que cantava num coro, usou uma versão do novo “adesivo” Post-It como marcador nos seus livros de canto. A 3M não ficou convencida da viabilidade do produto, ainda assim, lançou-o no mercado mas com pouco sucesso. O Post-it foi salvo pelo gerente de laboratório Geoff Nicholson que distribuiu amostras gratuitas pelos moradores de 11 estados americanos para que as pessoas percebessem a utilidade do papelinho amarelo, que podia servir para deixar recados autocolantes em qualquer lado. Confirmou-se, finalmente, o sucesso: 90% dos que receberam as amostras pediram mais. Em 1981 o Post-it foi lançado na Europa e passou a ser considerado um dos ativos mais valiosos da 3M.
Kenzo Sweatshirts
As camisolas de algodão com logótipo estampado foram o golpe de moda improvável da temporada Outono / Inverno de 2012. O grupo responsável por este bestseller, com lista de espera, foi a Kenzo, propriedade da Louis Vuitton S.A. A versão mais conhecida do logótipo do tigre está a ser vendida, atualmente, por 325 dólares (aproximadamente 280 euros).
No entanto, Carol Lim, co-autora da marca, explicou publicamente que inicialmente, as sweatshirts tiveram de lutar contra muita resistência interna porque a Kenzo nunca teve essa categoria. Os seus responsáveis diziam: “Não sabemos se as pessoas vão usar uma sweatshirt. Nós não fazemos camisolas e não temos essa categoria no nosso sistema” Carol Lim, foi categórica: “Vamos fazer isto, e é melhor fazer uma categoria no sistema porque isto vai acontecer'”.
Vegemite
O icónico australiano “Pure Vegetable Extract” foi inventado, em 1922, para utilizar o fermento de cerveja, uma grande fonte de vitamina B.
O fabricante era a empresa Fred Walker, que se tornou a Kraft Food Company. No entanto, na altura um produto britânico semelhante, designado Marmite, dominava o mercado e, por isso, as vendas do “Pure Vegetable Extract” eram fracas. Em 1928, o nome mudou temporariamente para Parwill.
Foi apenas em 1937, quando uma competição promocional ofereceu carros Pontiac como prémio, que as vendas começaram a aumentar. Depois disso, pelo seu alto valor nutricional para adultos e bebés, o consumo de Vegemite foi recomendado pela British Medical Association. Em 1942, duas décadas depois da sua estreia, o produto australiano alcançou a imagem icónica que tem hoje. Também foi alimento para soldados na Segunda Guerra Mundial e, por isso, teve que ser racionado.