Propósito: a razão pela qual qualquer coisa é feita ou criada, ou pela qual existe. Qual é o nosso propósito? Qual é o significado máximo de aquilo que fazemos todos os dias? Qual é o propósito da empresa que criámos? Qual é o propósito das reuniões que realizamos, dos PowerPoints que desenvolvemos, dos emails que enviamos? No final de contas, o que estamos a fazer? Será que temos um propósito? Será que sabemos o nosso propósito?

Estamos sempre ocupados, de manhã à noite, de reunião em reunião, sem preparação, sem tempo para debriefs. Mas afinal o que é que fizemos naquela reunião? O que é que era mesmo suposto fazer naquela reunião? E o que é que é suposto atingir na nossa função? Será que tudo isto tem um propósito?

Estão todos convocados! Estão todos envolvidos em todos os projetos. E já temos reuniões marcadas para toda a próxima semana! E claro, ninguém vai ter tempo para as preparar. Que valor estamos a gerar para nós próprios? Estamos a fazer aquilo que gostamos? Estamos a criar valor para a empresa? E para a sociedade?

O que é que eu fiz que acrescentou valor à minha experiência profissional? E de que forma é que a minha experiência acrescentou valor à organização para a qual trabalho? Como é que eu me vou desenvolver? Como é que vou aprender? Como é que me vou manter atualizado para realizar a minha função? O que é que se está a passar em outros mercados e que eu posso aplicar no meu? O que é que está a mudar em termos de consumo, concorrentes, stakeholders, acionistas?

No fim de contas, qual é o meu verdadeiro talento? Será que conhecemos os nossos próprios colaboradores? Então porque é que damos alguns dos melhores projetos a consultores exteriores à organização? Não temos esse talento dentro da organização? Não deveríamos ser todos consultores?

Num mundo onde a automação tende a crescer de forma exponencial, seja através de robots físicos, mas sobretudo através de robots digitais (e.g., software de automação), o que resta para nós humanos?

Tudo o que realmente deveria interessar! E talvez seja por isso que o Grande Recomeço (The Great Reset / Resignation) tomou forma e continua a ganhar. Chegou a hora de alavancar o poder da Inteligência Artificial (IA), no fundo matemática aplicada à classificação, à computação e resolução de problemas operacionais. E deixar para nós a criação do futuro, do que é possível, de novos mundos dentro do nosso mundo. No fundo, deveríamos ser todos consultores e conselheiros de nós próprios, das nossas organizações e da nossa sociedade. No fundo, no fundo, deveríamos todos ser empreendedores e criar aquilo que mais gostamos de fazer e que nos faz sentido, que tem mais propósito. E deixar a “robotização” e automação fazer o resto.

Numa altura que vislumbramos o novo ano, decido escrever um artigo diferente, para que 2022 seja um ano diferente. Para melhor! E caso não saibam como identificar o vosso propósito, está na hora de parar e pensar. E se calhar, fazer um curso de Competitive Intelligence para identificar as oportunidades e ameaças que se vos deparam no novo ano. Um excelente 2022 para todos!

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Sobre o autor

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Luís Madureira é fundador da ÜBERBRANDS, uma boutique de consultoria estratégica que ajuda organizações e os seus líderes a navegar o ambiente competitivo com sucesso. É Chairman da SCIP Portugal e Fellow do Council of Competitive Intelligence Fellows desde 2018.... Ler Mais