REN, Corticeira Amorim e YET foram às compras em julho

Julho foi um mês profícuo em negócios na área da energia, cortiça e digitalização eletrónica. A REN e a Corticeira Amorim foram às compras fora do território nacional, já a YET, empresa da Primavera, ficou-se por Portugal, reforçando a sua área de atuação.

A REN assinou um contrato para a compra da totalidade da chilena Transemel, no valor de 148,89 milhões de euros. A Corticeira Amorim anunciou que chegou a acordo para comprar 50% do capital da Vinolok, uma companhia sediada na República Checa que produz vedantes de vidro. E a YET, empresa da Primavera, adquiriu “desmaterializadora” de autarquias.

REN compra empresa de transporte de eletricidade no Chile
A empresa liderada por Rodrigo Costa anunciou, em comunicado à CMVM, que assinou um contrato com as empresas Compañia General de Electricidad e Naturgy Inversiones Internacionales para a aquisição de 100% da Empresa de Transmisión Eléctrica Transemel, por 167 milhões de dólares (148,89 milhões de euros)

O contrato prevê que a conclusão da transação e a efetiva aquisição da Transemel pelo grupo REN se realize no início de outubro de 2019.  A Transemel, cuja receita é aproximadamente 93% regulada, possui e opera 92 Kms de linhas de transmissão elétrica e 5 subestações, localizadas maioritariamente no norte do Chile.

A operação “enquadra-se no plano de negócios da REN, que assenta numa estratégia de crescimento conservadora e que privilegia projetos nos setores em que o Grupo REN é especialista, e em mercados com estabilidade económica e quadros regulatórios previsíveis”, sublinha o comunicado da empresa.

Este é o segundo investimento que o grupo REN leva a cabo no Chile, depois da aquisição de 42,5% da Electrogas, sociedade que detém e opera o gasoduto que liga o terminal de GNL de Quintero à capital Santiago. Esta aquisição será financiada com recurso unicamente a dívida externa, explica a REN.

Corticeira Amorim compra metade de empresa de vedantes da República Checa
A Corticeira Amorim anunciou que chegou a acordo para comprar 50% do capital da Vinolok, uma companhia sediada na República Checa que produz vedantes de vidro.

Num comunicado à CMVM, a Corticeira Amorim refere que o valor do negócio é de 10,988 milhões de euros, sendo que a gestão desta empresa passará a ser partilhada com o Grupo Preciosa, a quem foram adquiridos os 50% do capital. Esta empresa desenvolve desde 2011 o negócio da Vinolok, que se dedica à produção e comercialização de vedantes de vidro para garrafas de vinho e de espirituosos.

A Corticeira Amorim entra assim num novo segmento do negócio dos vedantes, esperando que “esta associação histórica da cortiça e do vidro conduza a ganhos adicionais em sustentabilidade e design nas embalagens premium e ultra-premium de vinhos e bebidas espirituosas”.

A Vinolok emprega 170 trabalhadores e no exercício que terminou em março deste ano registou um volume de negócios de cerca de 16 milhões de euros e um EBITDA de 5,3 milhões de euros.

A Corticeira Amorim, que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça, pagou um múltiplo que equivale a cerca de 4 vezes o EBITDA. Em comunicado, a companhia liderada por Rios de Amorim salienta que “esta aquisição complementa e reforça significativamente o portefólio de soluções disponibilizadas pela Amorim através da sua rede de distribuição mundial única”.

A Corticeira Amorim descreve que a “Vinolok serve o mercado internacional premium de vinhos e bebidas espirituosas com um vedante inovador que combina criatividade e design apelativo com fortes características técnicas”.

Empresa da Primavera compra empresa especializada em transações eletrónicas para autarquias
A Portugal Informático (PI), uma empresa especializada em aplicações de desmaterialização de documentos, acaba de ser adquirida pela YET, empresa do grupo Primavera que desenvolve soluções de transações eletrónicas de documentos, com o objetivo de “reforçar a sua posição no setor público”.

As autarquias de Águeda, Albufeira, Oliveira de Azeméis, Gaia ou Guimarães, entre outras, a Infraestruturas de Portugal, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a Carris ou o Metro da capital – além dos grupos privados Mota Engil ou Ferpinta –, são alguns dos atuais clientes da PI, fundada em 1994, liderada por Valter Henriques e presente no Porto, Lisboa e Funchal.

“No ano em que a YET comemora o 10º aniversário, esta aquisição representa um novo impulso na abordagem ao mercado, uma vez que, pela complementaridade das ofertas e experiência em setores onde tínhamos ainda uma presença ténue, vamos ser um dos principais ‘players’ de transações eletrónicas para as autarquias”, frisou o diretor-geral, Eugénio Veiga, citado numa nota de imprensa.

Com 40 mil clientes espalhados por cerca de duas dezenas de países de vários continentes, o grupo Primavera, coliderado por José Dionísio e Jorge Batista, tem uma faturação a rondar os 24 milhões de euros, sede em Braga e escritórios também em Lisboa. Fora de Portugal tem subsidiárias na Europa, África e Médio Oriente: Madrid (Espanha), Luanda (Angola), Cidade da Praia (Cabo Verde), Maputo (Moçambique) e Dubai (Emirados Árabes Unidos).

 

Comentários

Artigos Relacionados

Carlos Vieira, Carlos Vieira, docente e presidente do conselho geral do ISG*