Opinião

Regressei a Portugal com chave mestra e abri literalmente portas

Júlio Quintela, Chefe de Operações da Zome

Depois de uma década a viver e a trabalhar fora, decidi regressar a Portugal. Não por cansaço, nem por nostalgia, mas em plena consciência.

Percebi que tinha chegado a um momento da vida em que queria aplicar tudo o que aprendi no mundo corporativo “lá fora”, mas desta vez com impacto local, no meu país, junto dos meus.

Escolhi o setor imobiliário porque me deu a possibilidade de continuar a fazer o que sempre me moveu: interagir com pessoas. E hoje sou um privilegiado por  trabalhar diariamente com diversos tipos de talento, ao formar equipas com ambição e apoiar pessoas de diferentes origens e com histórias de vida muito interessantes. Juntos estamos a alcançar novos patamares de sucesso e bem-estar.

Em suma, não escolhi o setor imobiliário pelos ativos, mas sim pelas pessoas. E para mim, o imobiliário é isto mesmo. Mais do que transações, é uma plataforma onde é possível liderar, criar valor económico e social e, acima de tudo, desbloquear potencial humano. É sobre ajudar pessoas e transformar as suas vidas.

Claro que regressar não foi fácil. Mas foi certo. E continua a ser, para muitos, uma decisão com peso para o futuro. Portugal precisa de pessoas com visão, consistência e vontade de contribuir. Felizmente, hoje existem mecanismos que tornam este regresso mais simples. Um deles é o Programa Regressar, uma medida do governo que apoia emigrantes e os seus familiares a regressar ao país através de incentivos financeiros e até linhas de crédito para a criação de negócios.

Segundo o Ministério das Finanças, só  nos primeiros seis meses deste ano houve mais 30% de candidaturas do que no mesmo período de 2024. Desde o início do programa, já regressaram portugueses de mais de 100 países, sobretudo da Suíça e França. Revejo-me na maior parte destas pessoas porque, tal como eu, têm entre 35 e 44 anos e vêm de áreas tão diversas como engenharia, administração, finanças e saúde.

A esmagadora maioria dos que regressam procura recomeçar no Norte e em Lisboa e Vale do Tejo, regiões onde o mercado imobiliário tem sido um motor de oportunidade. Há projetos a nascer todos os dias, talento e espaço disponível para quem regressa e quer construir um futuro sólido e, sobretudo, ferramentas para facilitar a transição de quem volta.

No meu caso, o imobiliário foi a chave porque encontrei neste setor uma nova carreira, mas sobretudo um propósito, que passa por abrir portas para os outros, enquanto abria novas portas para mim próprio. Se estás fora e a ponderar regressar, não esperes pelo cenário ideal. Ele não existe. Mas se voltares com um plano e vontade de trabalhar com pessoas, oportunidades não faltarão. Portugal tem, de facto, muito mais do que saudade para oferecer.

Referências:

[CP1]“Por trabalhar” não ficará melhor?

[CP2]Esqueci-me disto há pouco mas podemos citar o Ministério das Finanças que foi quem divulgou estes dados. Parece-te bem?

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