Registo de patentes ajuda start-ups a captarem investimento
As start-ups com patentes e marcas registadas são 10 vezes mais bem-sucedidas na obtenção de financiamento, diz estudo europeu.
Um estudo da Organização Europeia de Patentes (OEP) e do Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO) publicaram esta semana um estudo que destaca a forma como as patentes e as marcas registadas podem ajudar a impulsionar o sucesso das start-ups europeias. Isto é, de acordo com a pesquisa, em média, as start-ups que submeteram pedidos para ambos os direitos de Propriedade Intelectual (PI) durante a fase de arranque ou de crescimento inicial têm até 10,2 vezes mais probabilidades de atrair investimento e financiamento por via de capital semente e capital de risco.
A pesquisa revela que na Europa, 29% das start-ups fizera um pedido de registo de direitos de PI. Contudo, verificam-se diferenças significativas entre setores industriais, já que, por exemplo, a biotecnologia é o mais ativo em matéria de PI, com quase metade das start-ups a utilizar patentes ou marcas registadas.
No caso do mercado português, este setor também é líder com 42% dos pedidos de registo de direitos de PI, com 25% das start-ups a apresentarem um pedido de patente e 11% a serem titulares de pedidos de registo de patente e de marca.
Destaque ainda para a área dos cuidados de saúde, agricultura e agropecuária, produção industrial e a ciência e engenharia. Por sua vez, e apesar da relevância do turismo na economia nacional, apenas 16,4% das start-ups do setor possuem direitos de Propriedade Intelectual. No âmbito das marcas marcas registadas, os setores com mais pedidos são os de agricultura e agropecuária(33%), seguindo-se a alimentação e bebidas (32%) e bens de consumo (31%).
“As start-ups são catalisadores dinâmicos da inovação e do crescimento económico. Possuem o potencial para desenvolver novas soluções capazes de enfrentar os desafios mais prementes da sociedade e de proporcionar um futuro mais sustentável. Por isso, é imperativo descobrir novas formas de fomentar o apoio às nossas start-ups. A entrada em vigor, em junho passado, da Patente Unitária (…) representa um passo fundamental para assegurar uma maior acessibilidade ao sistema de patentes”, destacou António Campinos, presidente da Organização Europeia de Patentes.
Para facilitar o acesso das start-ups europeias ao capital de risco necessário, a OEP apresentou também esta semana, no âmbito do seu Observatório de Patentes e Tecnologia, o Deep Tech Finder, uma ferramenta que permitirá a potenciais investidores, identificar e avaliar start-ups com tecnologias pioneiras e promissoras.