Rappi, a start-up que está a revolucionar a América Latina e que apaixonou Silicon Valley

A Rappi, uma app colombiana que disponibiliza um assistente pessoal permanente, está a revolucionar a vida dos habitantes da Colômbia, México e Brasil. Em 18 meses, recebeu apoio do Y Combinator e da Sequoia Capital, opera em três países e duplicou o negócio a cada trimestre.

Mais de um milhão de utilizadores já utilizam a Rappi na Colômbia, no México e no Brasil, uma app que conta com menos de dois anos de vida. Esta aplicação móvel, que pretende ser um assistente pessoal 24 horas por dia e sete dias da semana, já recebeu apoios das norte-americanas Y Combinator e a Sequoia Capital e regista um crescimento de cerca de 30% ao mês.

Tudo começou com a Grability, uma app que procura revolucionar a maneira como se fazem compras no supermercado. Esta primeira start-up ensinou a equipa do colombiano Sebastián Mejía, cofundador da Rappi, a ouvir os clientes e a dar-se conta dos problemas do comércio online na América Latina: a tecnologia, que não é de fácil acesso para todos; a deficiência na logística; e o facto de poucos terem contas e cartões bancários, o que levou a Rappi a aceitar pagamentos em numerário.

Para criar uma solução para estas problemáticas e oferecer aos utilizadores um serviço de comércio online rápido, Mejía idealizou com Simón Borrero, Guillermo Plaza e Felipe Villamarín uma plataforma móvel que, até trinta e cinco minutos, levará seja o que for a qualquer lugar ou devolvem-lhe o valor simbólico da taxa de entrega. Em termos de produtos de supermercado, garantem o mesmo preço dos produtos comprados na loja e o mesmo tempo de entrega, caso sejam oito ou menos produtos. O processo de compra pode ser acompanhado via chat.

Mejía acredita que a sua rede de quatro mil ‘rappitenderos’, como chama aos distribuidores da start-up, pode ajudar qualquer utilizador a realizar metade das suas atividades diárias e a poupar com a sua app tempo e dinheiro.

Em menos de dois anos, a app evoluiu e permite hoje não só pedir a entrega de produtos, como também dinheiro em numerário, evitando ter de se deslocar até ao multibanco.

“A confiança é um dos valores mais importantes, pelo que temos um grande controlo no seu pessoal. Há utilizadores que pedem um ‘rappitendero’ para passear o seu cão ou para jogar PlayStation”, afirmou Mejía ao Entrepreneur.

Um dos pedidos mais estranhos que já receberam foi para irem a casa do cliente cortar cebolas, porque este não conseguia fazê-lo sem chorar.

Nos primeiros 5 meses, esta start-up recebeu 400 mil pedidos, pelo que decidiram expandir o negócio, tendo chegado ao México há pouco mais de um ano.

Ao fazer um ano, esta start-up integrou a aceleradora norte-americana Y Combinator, onde nasceu a Airbnb, e contou com o apoio da Sequoia Capital, o fundo norte-americano de capital de risco fundado em 1972, que investiu em empresas como a Apple, a Google, Oracle, Yahoo, Zappos.com e o Airbnb, naquela que foi a única ronda de investimento que fez na América Latina segundo o empreendedor.

Com 18 meses de vida, esta app é utilizada em nove cidades, três no México e cinco na Colômbia, e em São Paulo, no Brasil.

Neste momento, a equipa da Rappi quer expandir-se apenas pela América Latina. “Já é tempo da América Latina resolver os problemas específicos da região a que os governos não vão dar uma resposta, sobretudo em termos de infraestruturas”, referiu Mejía.

Em média, esta start-up cresce cerca de 30% ao mês, “o que quer dizer que a empresa duplica o seu tamanho a cada três meses”, realçou o empreendedor.

Seundo Mejía, este crescimento deve-se à Rappi ter estabelecido parcerias com retalhistas e marcas de consumo e ao facto de os consumidores poderem solicitar algo do comércio tradicional.

O empreendedor quer que a Rappi seja um everything store, isto é, um grande centro comercial onde, além de produtos, se oferecem “favores” e serviços 24/7.

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