Quer ter uma vida mais saudável? Ponha em prática estas nove ideias.

Nem sempre é fácil passar da teoria à prática quando se trata de adotar um estilo de vida mais saudável. Em vez de procrastinar, ponha em prática as sugestões do nutricionista e personal trainer Pedro Gameiro.
Por mais agitada e preenchida que seja a vida profissional, criar espaço para cuidar do corpo e da mente devia ser uma prioridade, alertam os especialistas. Mas a verdade é que nem sempre é fácil equilibrar o número de horas que dedicamos ao lado pessoal e ao profissional, e, regra geral, é o sempre o primeiro que acaba por ser penalizado.
São vários os estudos que mostram que a aptidão física parece ser uma estratégia-chave nos cargos que envolvem liderança para a manutenção do equilíbrio interior. Esta inclui boa resiliência física, psicológica e social. Por exemplo o “Work stress and leadership development: The role of self-leadership, shared leadership, physical fitness and flow in managing demands and increasing job control”, publicado na Human Resource Management Review, em 2007, afirma que a aptidão física é uma forma fundamental para construir uma boa qualidade física, psicológica e resiliência social.
A construção de resiliência por meio da aptidão física é especialmente importante em empregos com altos níveis de stress e agitação. Isto porque os líderes em boa forma física têm maior resistência e foco mental. Por isso, em vez de adiar permanentemente a prática de exercício físico ou de uma dieta mais saudável, por exemplo, reserve, aos poucos, algum tempo para si. Pode começar por seguir as ideias propostas por Pedro Gameiro, nutricionista e personal trainer.
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- É suposto que o exercício físico seja fácil e não uma fonte de stress.
- Para pessoas que gostam muito de doces, num acompanhamento personalizado, sugiro um “acordo”: pode comer um doce e, quando isso acontecer, treina mais duas vezes. O acordo funciona como dissuasor e como “balança” para equilibrar o que comeu a mais e a energia que por isso precisa de gastar mais.
- Num plano alimentar personalizado, se há um alimento que uma pessoa valoriza muito – por exemplo pão – deve fazer parte do seu plano, porque é essencial manter o prazer.
- É importante dar continuidade às duas áreas: o que se come e a atividade física que se tem. Num plano alimentar devem ser identificados macronutrientes – hidratos, proteínas, e outros – e as quantidades que cada refeição deve conter. A pessoa aprende as quantidades nas primeiras refeições e depois faz “a olho” – já sabe que são 2 ou 3 colheres daquele alimento.
- Há pessoas que acreditam que só faz sentido treinar se conseguirem fazer um treino “perfeito” – intenso e longo – e um plano alimentar rigoroso. Para eles só assim vale a pena. Caso contrário não vão ter resultados. Há situações em que é possível fazer um treino diário curto. Os programas de treino podem ter treinos de 10 ou 20 minutos. Depois aumenta-se o tempo ou a intensidade e os resultados têm que aparecer.
- O acompanhamento e a relação de confiança e apoio são essenciais. Ninguém está sempre motivado. Só conseguimos mudar um hábito quando persistimos e sabemos que não estamos sozinhos. Mesmo em dias em que não se conseguiu, em que o treino ou as opções alimentares não correram como se gostaria, é importante receber apoio para persistir e continuar.
- Para pessoas que têm um ritmo de trabalho muito intenso, por vezes cargos com responsabilidade ou horários imprevistos, é possível começar por ver soluções no plano alimentar – fazer boas escolhas nos almoços de trabalho, por exemplo. Aumentar a quantidade de água ingerida e procurar oportunidades para conseguir um estilo de vida mais ativo progressivamente, ajustado ao tempo livre que tem, são estratégias possíveis. Pequenos passos importantes para prevenir que mais tarde surjam, por exemplo, problemas de colesterol. Em fases de muito trabalho não é recomendável abdicar do sono para treinar, porque o descanso é igualmente essencial.
- Há benefícios visíveis nas pessoas quando optam por uma dieta fracionada. O jejum intermitente é menos compatível com o aumento de massa muscular. Por isso pode ser evitado se a pessoa não tem por hábito fazê-lo. É frequente o jejum intermitente abdicar do pequeno-almoço que, para algumas pessoas é uma refeição essencial. Nestes casos é preferível optar por programas que vão ao encontro dos hábitos, das rotinas e dos gostos da pessoa.
- Um dos maiores concorrentes de um estilo de vida saudável é o ritmo do dia a dia. É frequente para algumas pessoas trabalharem muito durante o dia, estarem muito paradas e comerem pouco. À noite “compensam” e é nessa altura que comem mais. Uma pessoa com um estilo de vida saudável mexe-se ao longo do dia, alimenta-se ao longo do dia e descansa o suficiente.
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Pedro Gameiro é licenciado em Ciências da Nutrição, pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz e em Ciências do Desporto – Ramo Exercício e Saúde, pela Universidade Técnica de Lisboa. Tem um mestrado em Nutrição Humana e Metabolismo, pela Universidade Nova Medical School. Acredita que a reeducação alimentar e pessoas mais ativas são o melhor fármaco para uma saúde sustentável.