Quando os negócios são uma missão de vida
Era uma vez uma pequena empresa de chás. Foi vendida à gigante Kraft Foods, mas o seu fundador não conseguiu manter-se afastado do projeto e comprou-a anos mais tarde.
Na década de 60, três estudantes americanos tinham por hábito aproveitar os passeios pelas montanhas para recolher ervas aromáticas que depois vendiam nas ervanárias locais. Perceberam as potencialidades do projeto que começava a germinar e, rapidamente, viram que podiam colocar as ervas em pequenos saquinhos e transformá-las em infusões que começaram a vender diretamente em vez de aos lojistas habituais.
A recetividade não podia ter corrido melhor e criaram a empresa Celestial Seasonings, dirigida por Mo Siegel, um dos três jovens, na altura com 20 anos. O sucesso comercial marcou a história da empresa até que, em 1984, a gigante Kraft Foods fez uma irrecusável proposta e comprou a empresa por 65 milhões de dólares.
Procurar respostas
Com pouco mais de 30 anos, e depois de mais de uma década a fazer crescer o negócio, o multimilionário Mo Siegel decidiu que queria procurar um sentido para a sua vida. Foi então que decidiu viajar pelo mundo, conhecer outras culturas e aproveitar para visitar líderes espirituais na expectativa de que o ajudassem na sua busca pessoal.
Um dia teve a oportunidade de conhecer Madre Teresa de Calcutá, a quem contou a sua vida e da sua procura por um sentido para a sua vida. O conselho desta foi simples: “uma árvore deve crescer onde foi plantada”. Sem perceber o alcance da mensagem, Mo Siegel questionou-a e a explicação chegou: “Se calhar está a procurar no sítio errado. Se calhar a sua missão é fazer aquilo que faz melhor: fazer crescer negócios. Fazer crescer a sua empresa”.
A reviravolta
Siegel percebeu a mensagem. Porque haveria de procurar noutros sítios a sua missão de vida, ou o seu caminho, se afinal sempre gostara do que fazia: gerir e fazer crescer empresas? Decidiu voltar aos Estados Unidos e, nesse meio tempo, constatou que a multinacional a quem tinha vendido a sua empresa, não tinha feito um bom trabalho e que, inclusivamente tinha tentado vendê-la à Lipton, negócio que acabou por não se concretizar.
Foi então que Mo Siegel tomou uma decisão: propôs-se recuperar a empresa que tinha criado. Conseguiu fazê-lo, por um valor bem mais pequeno do que tinha recebido por ela anos antes, e durante mais de uma década assumiu a sua presidência. Em 2002, abandonou as funções executivas depois de dispersar o capital da empresa na Bolsa e de ter encaixado alguns milhões de dólares.