PVCi: O Fundo-dos-fundos celebra 10 anos e é esperada uma 2.ª edição

Dez anos depois, contando com um impacto na economia portuguesa de quase 500 milhões de euros e com a criação de 6 mil postos de trabalho, espera-se agora uma segunda edição do PVCi.

O Portugal Ventures Capital Initiative (PVCi) celebra dez anos de existência. Criado em 2008 pelo Fundo Europeu de Investimentos (FEI), entrou no mercado com o objetivo de estimular uma indústria que, na altura, era inexistente em Portugal – a indústria dos Fundos dos fundos de investimento.

10 anos de história do fundo-dos-fundos

Para além de ter como investidor o FEI, o PVCi contou com a injeção de dinheiro de entidades do sistema bancário português. Ao todo, foram 111 milhões de euros sob a alçada deste Fundo – uma quantidade de capital considerável tendo em consideração a data de nascimento desta iniciativa, que coincidiu com o começo da crise económica global.

Para celebrar esta primeira década, reuniram-se ontem, no Hotel Sana Myriad, no Parque das Nações, em Lisboa, alguns dos principais responsáveis, como Carlos Costa, governador do Banco de Portugal e que ocupava o cargo de vice-presidente do Banco Europeu de Investimento no ano de fundação deste Fundo, John Holloway, presidente do conselho de administração do PVCi, Pier Luigi Gilibert, chefe executivo do FEI, e Emma Navarro, vice-presidente do Banco Europeu de Investimento.

A celebração contou ainda com a presença do ministro da economia português, Manuel Caldeira Cabral, que afirmou que o PVCi “foi uma história de sucesso”, acrescentando a importância de continuar com este tipo de iniciativas. Caldeira Cabral destacou ainda o facto do Startup Visa, o programa de atração de empreendedores estrangeiros, já ter tido mais de 200 candidaturas de sete países.

Na mesma tónica, o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, salientou que é importante começar um segundo PVCi, na medida em que este Fundo-dos-fundos consegue canalizar dinheiro para veículos que são especialistas em certas áreas.

Carlos Costa concluiu, ainda, que é de extrema importância alterar o quadro institucional, referindo que, atualmente, os bancos não olham para o risco dos investimentos dos empreendedores, mas sim para o colateral. “Sonho por um país que financie sem colateral”, acrescentou.

Nestes dez anos, o PVCi investiu em sete fundos (Pathena, OxyCapital, Menlo, HCapital, Explorer, Vallis, InterRisco) que, por sua vez, investiram em 50 empresas. No total, foram investidos quase 500 milhões de euros na economia nacional, sendo que da parte dos fundos que receberam verbas do PVCi foram investidos mais 328 milhões de euros em capitais próprios. É ainda de salientar que cinco destes sete fundos foram first timers.

A 360imprimir (tecnologias de informação e comunicação), Castelbel (cosméticos), Oficina da Música de Aveiro (música), Enigmind (entretenimento), Inspama (automóvel) e a Nelo Kayaks (fabrico) são algumas exemplos de empresas que receberam investimento destes sete fundos

Pier Luigi Gilibert, diretor executivo do FEI, destacou a importância de investir em PME’s que tenham o impacto social na sua agenda. Para além disto, adiantou que o FEI está em conversações com o governo português para dar mais apoio ao setor da agricultura, de modo a apoiar de forma mais eficaz os jovens agricultores.

PVCi em números:

– 6 mil postos de trabalho
– 328 M € investidos na economia portuguesa
– 111 M € dimensão do Programa
– 50M € ainda disponíveis para investimentos até 2020
– 7 Fundos que investiram em 50 empresas
– 7 distritos portugueses
– 7 empresas desinvestidas
– Em média, uma empresa apoiada pela PVCi duplicou o número de funcionários durante os dois primeiros anos após o primeiro investimento.

Mais de 40 anos de atividade em Portugal

Emma Navarro, vice-presidente do Banco Europeu de Investimento, enalteceu o facto da entidade que representa já trabalhar há mais de 40 anos em Portugal. No encerramento das celebrações, salientou ainda “o papel fulcral que o Banco Europeu de Investimento desempenha na economia portuguesa e, em particular, no apoio às PME’s. A promoção de projetos implementados por pequenas empresas é uma das nossas prioridades no país. Estamos muito satisfeitos em celebrar o 10.º aniversário de uma iniciativa que está a contribuir com muito sucesso para condições vantajosas do nosso financiamento junto dos empresários portugueses”.

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