Entrevista/ “A procura de talentos é cada vez mais intensa no nosso país”
Continuar a aposta no mercado internacional, na formação das equipas e na inovação é o objetivo da KCS iT. Tiago Farinha, diretor da consultora, falou ao Link to Leaders do que ambiciona para o projeto.
Procurando apoiar e dinamizar o empreendedorismo tecnológico em Portugal, este ano a KCS iT volta a associar-se à Acredita Portugal, como parceiro do Prémio K.Tech, a vertente tecnológica do concurso promovido por esta entidade.
A consultora especializada em tecnologias como a Internet of Things (loT), Sistemas Cognitivos e Realidade Virtual (RV) & Aumentada (RA) e ferramentas em Chatbot, associa-se a esta iniciativa que mobiliza anualmente cerca de 11 mil ideias de negócio (dados de 2017). Tiago Farinha, diretor geral, explica o porquê do apoio ao Prémio K.Tech e traça o perfil da empresa que dirige.
A consultora é, pelo terceiro ano consecutivo, o parceiro do Prémio K.Tech, a vertente tecnológica do concurso de empreendedorismo da Acredita Portugal. Em que é que consiste o apoio da KCS iT?
A KCS iT participa no concurso Acredita Portugal, estimulando propostas que apresentam alguma dinâmica tecnológica. Estamos presentes nas várias etapas do maior concurso de empreendedorismo nacional, que vão desde a realização de workshops em faculdades à seleção de candidaturas, definição de vencedores e “mentoring”. Colocamos a nossa experiência de 10 anos ao serviço de ideias de negócio aliciantes, disponibilizando uma bolsa de horas em consultoria. Em dois anos, o Prémio K.Tech recebeu mais de duas mil candidaturas e temos a certeza que a edição de 2019 será a melhor de sempre.
A KCS iT continua a apostar na expansão internacional? Qual é a estratégia?
A expansão internacional é um vetor em pleno crescimento na KCS iT. Estamos implementados em várias cidades da Bélgica, Holanda e Luxemburgo. A estratégia passa por expandirmos a nossa consultora para novas geografias, com a oferta adequada aos desafios identificados. Para já, queremos consolidar a nossa operação nos países em que temos influência.
Quais as áreas de maior aposta da empresa e o porquê?
A KCS iT aposta na diversificação de oferta, indo ao encontro das necessidades dos clientes atuais e futuros. Estabelecemo-nos como uma consultora forte em gestão de projetos, com as melhores práticas do PMI, e o nosso percurso levou-nos a antever as necessidades das empresas e negócios com nova oferta.
Deste modo, nos serviços tecnológicos apostamos fortemente no crescimento e na formação das nossas equipas em vários eixos, ou seja, na componente técnica, na comportamental e negócio. Com esta medida conseguimos criar uma visão de futuro e carreira na KCS iT e evoluir as nossas competências para melhorar a colaboração com os nossos clientes e parceiros.
Lançámos a Key Services em 2015, pela qual apresentamos uma solução às necessidades de projeto em âmbito fechado, bolsas de horas, nearshore services, auditorias e externalização de serviços dos nossos clientes. Esta unidade é igualmente responsável pela nossa Akademy, que forma novos talentos para o mundo da inovação. Além do vetor internacional, que tem sido, como anteriormente referido, uma área em franca ascensão na KCS iT.
Quanto aos nossos parceiros (SalesForce, Microsoft, Oracle, ESRI e VisualCue), vamos continuar a apostar na formação tecnológica das nossas equipas nas suas ferramentas e promover a colaboração conjunta que tanto se tem revelado como um sucesso. Numa era de maior competitividade, as empresas obtêm na KCS iT uma oferta diversificada e alinhada aos seus principais desafios.
Qual o volume de faturação da consultora no último ano?
A KCS iT faturou 9.12 milhões de euros no ano fiscal de 2017.
Quanto esperam crescer este ano?
O objetivo é superar os 10 milhões de euros de faturação.
De que forma pretendem revolucionar a área de serviços de consultoria, outsourcing e formação em Portugal?
O planeamento prevê o crescimento sustentado da KCS iT. Mais do que revolucionar, o objetivo passa por firmar os nossos valores, paixão e experiência a mais clientes e colaboradores. Em 10 anos criámos uma consultora poderosa, com mais de 300 colaboradores a contribuírem para o sucesso de marcas e empresas de impacto mundial.
O que mais privilegiam as empresas na procura de talento nos dias de hoje?
As gerações Millennial e Z estão imersas no contexto digital. Há uma série de tecnologias que estão agora a amadurecer e que ganham a atenção das empresas e negócios (Inteligência Artificial, Big Data, Machine Learning, Realidade Aumentada ou Blockchain). Nesse sentido, mais do que competência técnica procuramos talentos que queiram construir o futuro connosco. Que tenham a ambição de criar novas soluções para os nossos atuais e novos desafios.
O nosso sucesso reside no trabalho conjunto de uma equipa versátil. Estamos a assinalar 10 anos de KCS iT e sabemos que o nosso crescimento se tem verificado na confluência da energia dos novos talentos e da experiência das nossas equipas seniores.
Na era do digital, a entrevista presencial ainda é o que reina?
A relação presencial é ainda um fator determinante na contratação de talento. Por muito que a tecnologia avance e facilite o contacto, há emoções que só se efetivam cara a cara. A KCS iT é uma consultora que prima pela conexão pessoal com clientes ou colaboradores e esse tem sido um dos fatores do nosso crescimento.
O que está a mudar no panorama da formação e contratação em Portugal?
A procura de talentos é cada vez mais intensa no nosso país. Além das consultoras portuguesas, os últimos anos têm sido marcados pelo investimento de grandes instituições e empresas em centros de competências em Portugal. As universidades estão atentas e a formar mais profissionais para as novas tecnologias. A KCS iT faz a sua parte e, através da Akademy, forma colaboradores para a inovação tendo em vista o seu plano de carreira e as necessidades do mercado.
Como vê a KCS iT dentro de cinco anos?
Queremos que a KCS iT seja uma consultora cada vez mais forte, com vista a fazer crescer os nossos talentos e os clientes com propostas tecnológicas mais desafiantes. Desejamos continuar a alargar a nossa presença geográfica para novas latitudes e manter o crescimento acima dos dois dígitos como até agora.
Qual a aposta da consultora no empreendedorismo tecnológico?
Nascemos de uma ideia empreendedora em 2008. A nossa aposta passa por colocar ao dispor de projetos em génese o nosso saber acumulado em consultoria tecnológica. O clima empreendedor atual é favorável ao desenvolvimento económico. A KCS iT está a dar o seu contributo com o Prémio K.Tech, por exemplo, para que boas ideias se confirmem em empresas vencedoras.
Apesar da evolução dos últimos anos, Portugal ainda não é visto como um mercado tecnológico de topo. O que é preciso para aumentar a reputação do país?
O investimento em novos centros de competência por parte de empresas estrangeiras, o desenvolvimento de start-ups nacionais de alcance global, a existência de congressos como a Web Summit, estão a colocar Portugal no mapa tecnológico mundial. Somos um país de serviços que tem uma indústria de pequena escala, o que nos coloca atrás de outros países mais maduros tecnologicamente. A reputação evolui favoravelmente e o desenvolvimento de ideias empreendedoras, por exemplo com o Prémio K.Tech, está a ajudar à concretização de empresas de sucesso.