Entrevista/ “Pretendemos investir cerca de 3 mil milhões de euros em 5 anos”
Apostar na contratação de talento nacional de excelência, desenvolver o produto e investir cerca de 3 mil milhões de euros, em 5 anos, são as ambições da brasileira Spring Smart Solutions para o mercado português, revelou o CEO Rafael Mendes.
Depois de duas décadas de atividade no Brasil, a empresa de software de otimização de telecomunicações Spring Smart Solutions deu o salto para Portugal, concretamente para Lisboa. Ajudar as empresas portuguesas a diminuírem os seus custos operacionais alocados às telecomunicações é o objetivo da empresa. Através do seu software, baseado em inteligência artificial e machine learning, a Spring Smart Solutions propõe-se monitorizar o uso de dispositivos móveis como, por exemplo, a bateria do telemóvel ou os websites frequentados pelo colaborador.
A entrada em Portugal, onde ambiciona contratar “talento de excelência”, marca o arranque da estratégia de internacionalização da empresa para a Europa. Espanha pode ser o país que se segue, de acordo com Rafael Mendes, CEO da Spring Smart Solutions em Portugal.
O que levou a Spring Smart Solutions a aventurar-se no mercado português, depois de 22 anos de atividade no Brasil?
No mercado brasileiro somos especialistas na gestão de prestadores de serviços de telecomunicação, TI e Facilities. Com 20 anos de experiência, temos a ambição de oferecer soluções completas para a gestão de recursos em Portugal, de modo a tornar os serviços e produtos cada vez mais eficientes.
E qual a vossa proposta para as empresas portuguesas? O que vos distingue face à concorrência?
O nosso objetivo ao entrar em Portugal é oferecer soluções completas para de gestão de telecomunicação, desde telefones a telemóveis, consumo de dados móveis, recursos de TI, facilities, por exemplo, energia e água, e soluções de segurança e produtividade Mobile Device Management.
Qual o investimento previsto para mercado nacional?
Em Portugal, ambicionamos apostar na contratação de talento nacional de excelência. Ao mesmo tempo, equacionamos desenvolver o produto. Ao nível de números, pretendemos investir cerca de 3 mil milhões de euros em 5 anos.
Que expetativas de negócio tem relativamente ao mercado português, uma vez que se trata de um mercado pequeno, comparativamente ao Brasil?
O tecido empresarial português é composto maioritariamente por empresas pequenas e médias que estão a atravessar a sua transformação digital. Ao incorporarem software que permite gerir, de uma forma eficiente, os recursos e simultaneamente reduzir os custos, torna-se possível introduzir a segurança de dados, a inteligência artificial e a sustentabilidade aos negócios.
“(…) equacionamos investir também no mercado espanhol”.
Planeiam avançar para outros países europeus?
Como Portugal é o primeiro passo na nossa expansão internacional, vamos focar-nos neste momento de crescimento da Spring. Possivelmente, no futuro, equacionamos investir também no mercado espanhol.
Atuam na gestão de telecomunicações em grandes empresas. Está nos vossos planos entrar em novos segmentos de mercado?
Sim, com o objetivo de garantirmos uma gestão inteligente, eficaz e transparente. A nossa plataforma oferece uma visão completa de custos e também de alternativas que permitem a redução e o controlo de custos, a otimização de processos e o aumento da produtividade.
Quais são os vossos principais clientes ?
Atualmente, destacamos os casos de estudo do Santander Brasil e da Red Bull Brasil.
Ao longo dos anos quais têm sido os principais desafios da empresa?
Os nossos maiores desafios são a inovação e a procura por criar novas e melhores tecnologias.
De que forma a acelerada transformação tecnológica mexeu com a vossa estratégia empresarial?
Sem dúvida, que aumentámos o foco na procura por inovação capaz de melhorar o desempenho das organizações a uma escala global.
“Portugal posiciona-se acima da média da União Europeia no que diz respeito às metas correspondentes ao nível de intensidade digital das PME (…)”.
Objetivos para 2024, para o mercado português e internacionalmente?
Portugal posiciona-se acima da média da União Europeia no que diz respeito às metas correspondentes ao nível de intensidade digital das PME e na adoção de inteligência artificial. Por outro lado, está abaixo da média da União Europeia na implementação das tecnologias Cloud e Big Data. Neste sentido, é necessário garantir o aumento da adoção das tecnologias Cloud, Big Data e inteligência artificial, assim como um aumento do nível de maturidade digital das PME até 2030.