Portugal sobe no ranking global de competitividade e ocupa 36º lugar

Pelo segundo ano consecutivo, Portugal melhorou a sua posição no ranking global de competitividade do IMD World Competitiveness Center, que, este ano, é liderado pela Suíça, Suécia, Dinamarca, Países Baixos e Singapura.

O IMD World Competitiveness Ranking coloca Portugal na 36ª posição do ranking das economias mais competitivas a nível mundial, subindo uma posição face a 2020, sendo o pódio agora ocupado pela Suíça, Suécia e Dinamarca.

Segundo o ranking, que avalia fatores como o desempenho económico, a eficiência das empresas, das infraestruturas e do Governo, Portugal consolidou a sua presença a meio da tabela, com a terceira subida nos últimos cinco anos. No último ano, a economia nacional ganhou em competitividade sobretudo devido a ligeiras melhorias nas Infraestruturas científicas (34º para 31º), no enquadramento social (22º para 20º) e na mão-de-obra qualificada (44º para 42º).

Entre as maiores forças competitivas do país destacam-se as leis para imigração (3ª posição), a força de trabalho feminina (5ª) a qualificação de profissionais de engenharia (5ª) e capacidade de exportação (6ª).

Analisando os indicadores que tornam o país mais competitivo, a mão-de-obra qualificada (85%), o custo de oportunidade (76%) e as infraestruturas (69,3%) mantêm as classificações mais elevadas, reforçando o seu peso na avaliação global.

No sentido inverso, Portugal ainda tem um longo caminho a percorrer para se tornar mais competitivo, destacando-se a formação de colaboradores (60ª) ou resiliência da sua economia (57ª posição).

O mesmo relatório identifica ainda cinco desafios-chave para a competitividade da economia portuguesa, em 2021: garantir um nível de crescimento inteligente do PIB, superior à média da EU, a criação de um quadro fiscal e regulamentar “favorável à empresa e ao investimento” que permita impulsionar a competitividade do país no rescaldo da COVID-19, o reforço de uma estratégia nacional (intersetorial de inovação e empreendedorismo) para a transformação digital, reformas no setor público, nomeadamente nas áreas da justiça, saúde, educação e segurança social e a adoção de acordos políticos para uma estratégia nacional que responda às questões demográficas urgentes.

De acordo com Rui Coutinho, diretor Executivo para a Inovação e Desenvolvimento da Porto Business School, “considerando o contexto pandémico, à primeira vista poderá parecer positiva a notícia de que Portugal se mantém a meio da tabela. Porém, uma análise mais cuidada mostra-nos que o país persiste em não dar sinais de reforço da sua competitividade. E isso, especialmente no contexto europeu, significa que outras economias (também afetadas pela pandemia) como o Chipre, a Estónia, a Lituânia, a Letónia ou a Eslovénia estejam hoje muito próximas ou tenham já ultrapassado Portugal ao nível da competitividade das suas economias”.

O ranking mostra-nos, sobretudo, a urgência de reformas claras para a competitividade da nossa economia: a necessidade de uma política fiscal mais “amiga” das empresas e do investimento, e o imperativo de um “choque de gestão” que, de uma vez por todas, capacite as nossas empresas para serem mais produtivas. Infelizmente, não vemos essas prioridades claramente plasmadas no PRR e do Portugal 2030 pouco se sabe. Vamos perder mais uma oportunidade?”, acrescenta o responsável.

A Porto Business School é, pelo sexto ano consecutivo, parceira exclusiva nacional do IMD para Portugal na elaboração deste ranking.

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