Portugal desce no ranking mundial de talento

O IMD World Competitiveness Center revelou hoje o Talent Ranking 2020. Portugal desceu três posições face ao ano passado. Está no 26.º lugar.
Portugal voltou a perder posições, pelo segundo ano consecutivo, no Ranking de Talento Mundial do IMD World Competitiveness Center descendo do 23.º para o 26.º lugar, entre as 63 economias analisadas.
Os dados foram divulgados hoje e mostram que Portugal ainda está longe de ser mundialmente competitivo a nível de desenvolvimento, atração e retenção de talento, já que registou o pior resultado dos últimos quatros anos.
Os resultados do ranking, que teve a parceria da Porto Business School (responsável pela recolha de dados relativos a Portugal desde 2015), são acentuados pela descida significativa do país no que respeita aos fatores de “Investimento e Desenvolvimento” e “Atratividade”.
O país mostrou ter perdido competitividade, sobretudo na categoria “Investimento e Desenvolvimento”, onde caiu nove posições face a 2019 – da 13.ª para a 22.ª.
Por outro lado, Portugal subiu três posições no indicador de “Preparação”, uma subida que o coloca na 24.ª posição e que foi motivada pela boa pontuação do país nos indicadores “Management Education” e “Competências Linguísticas”. Indicadores que demonstram que a população ativa portuguesa tem cada vez mais as competências necessárias para corresponder adequadamente às necessidades e exigências atuais das empresas.
Ainda de acordo com o estudo, o indicador Formação de Colaboradores é a principal fraqueza do país uma vez que o investimento das empresas continua a não ser suficiente nesta matéria. Por outro lado, destaca-se a forte percentagem que o país regista ao nível da força de trabalho do sexo feminino (49,3%), relativamente à sua força laboral total.
O melhor resultado de Portugal no ranking de IMD World Competitiveness Center aconteceu em 2018, ano em que atingiu o 17.º lugar.
Neste ranking, a Suíça, a Dinamarca e o Luxemburgo são as três economias mais competitivas em talento a nível mundial.
Europa com mais talento
Neste ranking, a Suíça, o Luxemburgo e a Suécia são as três economias mais competitivas em talento a nível mundial. Aliás, esta edição do ranking revela que oito das economias que lideraram o Top 10 pertencem ao continente europeu, o que é motivado pela “excelente educação” e “boa mobilidade” que os países apresentam.
A Suíça lidera pelo quarto ano consecutivo, distinguindo-se pelo seu sistema de educação e elevada qualificação dos jovens quando entram na universidade ou fazem um estágio. A qualidade de vida e remuneração elevada continuam a ser atrativos para a mão-de-obra estrangeira. A Dinamarca, por seu turno, destaca-se pelo seu bom desempenho geral.
A novidade do ranking está na performance do Luxemburgo – que destronou a Suécia do terceiro lugar – um resultado alinhado com o progresso do país ao longo dos últimos cinco anos, período durante o qual teve resultados significativos ao nível de investimento e desenvolvimento de talento, comparativamente com outras economias.
Globalmente, constata-se que a pandemia parece estar a afetar significativamente os países que baseiam a sua competitividade geral na economia de talentos, ou sejam que se apoiam fortemente na atração de talento estrangeiro. São os casos de países como Singapura, Austrália, Estados Unidos da América e Reino Unido, que atraem muitos jovens de diferentes partes do mundo, com destaque para os estudantes internacionais.
A metodologia do ranking de Talento Mundial baseou-se em três fatores: Investimento e Desenvolvimento (que avalia os recursos destinados a cultivar uma força de trabalho local); Atratividade (destinado a avaliar até que ponto uma economia atrai talento estrangeiro e retém talento local), e Preparação (que avalia a qualidade de habilitações e competências disponíveis na pool de talentos de um país).