Podemos ensinar os corvos a recolher beatas do chão? Start-up sueca diz que sim.

Treinar corvos para recolherem pontas de cigarro na cidade de Södertälje, perto de Estocolmo, que gasta 20 milhões de coroas (o equivalente a cerca de 1,9 milhões de euros) na limpeza das vias. A ideia foi da start-up sueca Corvid Cleaning e tem como objetivo reduzir custos.

Na Suécia, a Corvid Cleaning está a treinar corvos selvagens para recolherem pontas de cigarro. A start-up fundada por Christian Günther-Hanssen projetou uma máquina na cidade de Södertälje, perto de Estocolmo, na qual os corvos depositam o lixo. Por cada beata entregue, os animais recebem comida.

Anualmente, em todo o país são descartadas para o chão mais de mil milhões de pontas de cigarros, refere a Keep Sweden Tidy, “uma organização sem fins lucrativos que promove a reciclagem e o combate ao lixo”, através de campanhas de consciencialização pública. Representam cerca de 62% do lixo total, indica o The Guardian, o que tem levado Södertälje a investir quase 2 milhões de euros (20 milhões de coroas suecas) na limpeza das ruas.

À agência sueca TT, Günther-Hanssen explicou que os corvos são os “pássaros mais inteligentes”, pois “são aves selvagens que participam de forma voluntária”: “São mais fáceis de ensinar e existe também uma maior hipótese de aprenderem uns com os outros. Ao mesmo tempo, há um risco menor de comerem qualquer lixo por engano”, disse.

Para já, trata-se de um projeto-piloto, mas a esperança é que o método resulte numa “solução permanente, que possa ser usada no resto do país. Günther-Hanssen acredita que isto poderia ajudar a cidade sueca a poupar, pelo menos, 75% do custo envolvido na recolha de beatas.

Tomas Thernström, um especialista de Södertälje em gestão de resíduos, sublinha a necessidade de financiamento do projeto e não descarta a possibilidade de ser colocado em prática já na primavera. Sobre a iniciativa desenvolvida pela Corvid Cleaning, refere que “podemos ensinar os corvos a apanhar pontas de cigarro, mas não conseguimos ensinar as pessoas a não deitá-las para o chão. É um pensamento interessante.”

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