Plano de negócios: sim ou não? Investigadores de Harvard dizem sim

Um estudo da Universidade de Hardvard revelou que delinear um plano de negócios faz com que uma start-up tenha mais possibilidades de ser bem-sucedida. Saiba porquê.

A conhecida frase de Mike Tyson “toda a gente tem um plano até levar murro na boca” dita numa entrevista antes de um combate serve muitas vezes de hino aos empreendedores que se regem pela ideia de que não vale de nada criar um plano que se pode tornar obsoleto meses depois.

É neste sentido que se regem empreendedores que seguem o mote da lean start-up. Esta definição segue a ideia de que é melhor aprender empiricamente ao improvisar do que escrever um plano extenso que não vai sobreviver ao primeiro contacto com o cliente.

No entanto, e ao contrário daquilo que a ideia anterior prega, um plano ajuda a detalhar como aproveitar uma oportunidade, de como agir em caso de sucesso e quais os recursos necessários para arrancar com uma ideia. Pode ainda ser um fator fulcral para investidores, business angels ou outras entidades apostarem na ideia. Para além disto, um plano ajuda uma start-up a organizar-se, a mapear aquilo que precisa e ajuda a direcionar o negócio.

O ponto de partida para a pesquisa feita pelos investigadores de Harvard foi a falta de atenção dada à questão de o porquê dos empreendedores planearem. Há uma panóplia de fatores que levam à decisão de elaborar um plano, que vão desde as experiências empreendedoras passadas até à necessidade de ser financiado e ao impulso de fazer crescer o negócio ou de o inovar.

Tendo separado os empreendedores em dois grupos: os que fizeram um plano de negócios e os que não o fizeram. A separação foi feita de forma a que os dois grupos fossem teoricamente idênticos, tirando o facto de que um representar os empreendedores que redigiram um plano de negócios e o outro não.

Com base neste estudo, os investigadores de Harvard descobriram que compensa planear. Os empreendedores que escrevem planos de negócio têm 16% de maiores possibilidades de serem bem-sucedidos.

Mais: a investigação revelou ainda que as start-ups orientadas para crescer rapidamente têm uma predisposição superior de criar planos de negócio (7%) , enquanto que os que têm ideias disruptivas e inovadoras também têm mais inclinação para planear (4%) do que o grupo oposto. A conclusão retirada destes dois pontos é que planear é mais benéfico quando os desafios são grandes.

Outra conclusão que o estudo permitiu chegar é que os empreendedores que procuram ajuda externa têm uma predisposição maior (19%) para colocar os seus planos em papel (19%) do que aqueles que não procuram investimentos.

O estudo conclui, então, que escrever um plano pode fazer a diferença no sucesso de uma start-up. Independentemente disso, os investigadores referem que “a verdade, no entanto, é que não sabemos se compensa planear. Por cada estudo que diz que compensa, outro diz que as start-ups devem aprender a fazer”.

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