Opinião

No final de um ano turbulento ao nível político e económico, é tempo de pensar no futuro e nos desafios que nos coloca, no domínio da responsabilidade social.
Para os gestores das empresas portuguesas, este é um tema cada vez mais relevante e estruturante. E, por isso, ao elaborarem planos de ação e orçamentos, não podem ignorar a necessidade de garantir a consolidação e o aprofundamento destas matérias.
Sentimos que, de uma forma geral, o setor empresarial português está cada vez mais preocupado em agir de forma ética, em cumprimento dos valores da sustentabilidade e atento aos desafios colocados pelos objetivos do desenvolvimento sustentável.
Percecionamos o interesse crescente em saber mais sobre o tema e em agir em conformidade, equilibrando um maior envolvimento com a comunidade envolvente, com a preocupação do bem-estar dos seus colaboradores.
Também é visível a vontade das empresas comunicarem melhor a intervenção que fazem em prol da sociedade portuguesa e o esforço acrescido de comunicar com os seus stakeholders.
Para as empresas de interesse público com mais de 500 colaboradores, o ano de 2017 será decisivo em matéria de reporting não financeiro, exigindo um cuidado especial na recolha de indicadores de atividade, em linha com a diretiva comunitária.
Para todas as outras empresas tocadas indiretamente por este repto da transparência, o próximo ano traz preocupações acrescidas, para que estejam em sintonia ao longo de toda a cadeia de valor.
Para que esta vontade se traduza em atuação efetiva, é fundamental que os planos de ação reflitam esta prioridade, que sejam dadas condições às equipas, para que trabalhem e influenciem toda a organização e que o orçamento preveja verba suficiente para levar por diante uma política real de responsabilidade social.
Mas o fator decisivo, o acelerador desta tendência prende-se com a liderança, com o perfil e com o empenhamento dos gestores na condução dos destinos das suas organizações.
Sem uma liderança colaborativa que promova a igualdade de género, a diversidade e a coesão das equipas, não será possível disseminar práticas corretas de responsabilidade social.
Da mesma forma, exige-se aos líderes que tenham uma visão a longo prazo, atenta aos desafios económicos e sociais e que, em cada ato da sua vida como gestores, estejam ao serviço da sua empresa e das suas partes interessadas, focados em garantir a continuidade do seu negócio, a perenidade dos postos de trabalho e, sobretudo, a partilha transparente das suas decisões.