Os investidores sabem o que estão a fazer? Talvez não

Os reguladores estão a tentar descobrir se os investidores sabem o que estão a fazer. Um estudo recente sugere que não.

O conhecimento dos principais conceitos de investimento “é assustadoramente baixo”, refere o estudo realizado pela americana FINRA (Financial Industry Regulatory Authority) Foundation. Seguem-se algumas das principais conclusões divulgadas na primeira metade de dezembro pela FINRA Investor Education Foundation e apresentadas pelo jornal “The Mercury News”.
Os resultados são do documento “Investors in the United States: A Report of the National Financial Capability Study”, que se concentrou nas “contas não-reforma”.

  1. O conhecimento sobre investimento é baixo: apenas um terço dos investidores é capaz de responder de forma correta a mais de metade das 10 perguntas do questionário. Por outro lado, entre os que
    que disseram ter comprado na margem, mais de três quartos (79%) responderam errado à pergunta sobre a margem. A FINRA observa que as respostas a duas perguntas (relacionadas com desempenho passado e fundos de índice) são “um tanto alarmantes”.
  1. As taxas de investimento são confusas para muitos investidores: 31% acreditam que não pagam taxas ou não sabem quanto pagam em taxas pelos investimentos que não são de reforma.
  1. Três quartos dos investidores pensam que têm acesso a informação necessária para tomar decisões de investimento: serviços online gratuitos, sites e blogs são os canais mais citados para obter informação sobre investimentos, seguidos de perto por jornais, revistas e livros. As redes sociais ainda não são uma importante fonte de informação para os investidores.
    Mais de um em dois entrevistados diz que usa informação do emissor, de empresas de serviços financeiros ou consultores financeiros, além de amigos.
  1. É mais provável os investidores sobrestimarem do que subestimarem o seu desempenho: apenas 4% pensam que o seu portefólio terá um desempenho inferior ao do mercado, face a 29% que julgam que terá um desempenho superior. Os homens são mais propensos que as mulheres a acreditar que vão vencer o mercado (32% versus. 25%).
  2. Os investidores parecem ver a volatilidade do mercado com naturalidade: quando questionados sobre como reagiram à queda drástica do mercado de ações em fevereiro de 2018, apenas 7% dos investidores relataram ter vendido títulos. E mais de um em cada cinco (22%) viu o evento como uma oportunidade de compra.
    Reagir a movimentos do mercado é uma atividade aleatória; no entanto, se houver uma visão de longo prazo associada a um plano de compra – por exemplo, um instrumento de mercado diversificado como um fundo de índice S&P 500 – quando há um declínio no mercado, pode levar a resultados positivos.

Gerri Walsh, presidente da FINRA Investor Education Foundation,  referiu que a pesquisa “mostra que os investidores usam uma variedade de abordagens – serviços online gratuitos, sites e blogs, jornais, revistas e livros – para obter informação sobre investimentos e conduzir as transações financeiras, e que os profissionais da área financeira podem considerar útil alavancar vários canais para atrair e ajudar os clientes a alcançarem objetivos financeiros”. A executiva adianta que “os profissionais de finanças também podem explorar o estudo para entender melhor as expetativas dos clientes – incluindo que uma grande quantidade de investidores acredita que vai superar o mercado”.

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