Opinião
O seu sucesso depende de si!
Consegue imaginar a levantar-se de manhã todos os dias e a preparar-se para ir trabalhar para uma organização e a realizar uma função com a qual não se sente envolvida(o)? Se é o caso, não está sozinha(o).
Segundo o estudo “The State of Global Workplace”, isto é o que acontece a 85% das pessoas, sendo que a falta de envolvimento das pessoas no seu trabalho tem um enorme impacto económico. Nas empresas com maior nível de engagement as pessoas estão emocionalmente comprometidas com a organização e os seus objetivos, a produtividade aumenta em 17% e os lucros em 21%.
Paralelamente, segundo um estudo publicado pela Deco, em outubro de 2018, 30% trabalhadores afirmaram-se emocionalmente cansados do trabalho mais de uma vez por semana, e 35% revelaram sentirem-se exaustos com a mesma frequência.
Se escrever no seu browser “motivation at work” aparecem cerca de 102.000.000 resultados. Se optar por “motivação no trabalho” teremos 32.600.000, e por “leadership and motivation” 198.000.000. E o que nos dizem estes números? Nunca houve tanta literatura e tantos estudos sobre o tema, mas a realidade é que as pessoas, embora estando no seu local de trabalho, têm a cabeça e o coração noutro lado. Este é um fenómeno a que se dá o nome de presentismo: estou ali para que me vejam, mas dado que não me sinto envolvida com o meu trabalho nem com a organização, não me empenho em acrescentar valor. No seu limite máximo estas pessoas vêem a organização como “eles” e não como “nós”.
Perante tudo isto, e para não correr o risco de ser mais uma a contribuir para a teoria, o meu convite é que cada um de nós pense no que pode fazer de diferente, para que esteja do lado dos 15%, os que na prática se sentem motivados. O que sugiro que façamos é olhar para a nossa carreira como o nosso maior projeto e assumir a liderança da gestão da mesma.
“I have looked in the mirror every morning and asked myself: “If today were the last day of my life, would I want to do what I am about to do today?” And whenever the answer has been “No” for too many days in a row, I know I need to change something.” – Steve Jobs
Na realidade, algo que me tenho apercebido nos processos de coaching em que estou envolvida, é que muitas pessoas delegam à empresa a gestão da sua carreira. Tendo em consideração que a carreira é um dos nossos maiores investimentos, poderemos pensar que seria o mesmo que entregar a gestão da nossa empresa a terceiros.
Gerir uma carreira não é diferente de gerir uma empresa, sendo que o produto que estamos a vender somos nós próprios. E, tal como para uma empresa, é importante definir uma visão, bem como fazer uma análise correta dos nossos pontos fortes e fracos e das oportunidades e ameaças do ambiente externo.
Neste contexto é de referir que a capacidade de autoanálise é fundamental para que consigamos desenhar um plano que nos permita ter sucesso. Ter consciência daquilo em que somos realmente bons, e continuar a trabalhar para a excelência, é aquilo que nos vai permitir diferenciar num mercado altamente concorrencial.
Nunca deixar de aprender e desafiarmos-nos constantemente é também algo fundamental num mundo em constante mudança. Há que estar atento ao mercado e às tendências, por forma a garantir que nos mantemos atualizados e não ficamos obsoletos.
Ao assumirmos a gestão da nossa carreira, trazemos para nós a responsabilidade de acrescentar valor em tudo aquilo que fazemos, não nos podendo dar ao luxo de não estar envolvidos com a nossa função. Para além disso, temos o dever de desenvolver todos aqueles que trabalham connosco, garantindo que entregamos um trabalho de excelência e zelamos pela reputação da nossa “empresa”. Ao fazê-lo, percebemos que estar do lado dos 15% é uma decisão, e não comprometemos o sucesso de um dos nossos maiores empreendimentos: a nossa carreira!
“I am not a product of my circumstances. I am a product of my decisions.” – Stephen Covey
Se assumirmos que o nível de motivação deverá ser intrínseco, independentemente de todos os fatores externos incluindo chefes, empresas e o ambiente envolvente, o nosso nível de engagement, entrega e produtividade nunca ficarão comprometidos, e o sucesso da nossa carreira ficará assegurado.