Opinião

O que vai marcar a transformação digital até ao final de 2025

Nuno Figueiredo, Managing Director, valantic Division SAP Services

Com o regresso à atividade empresarial na reentré, as organizações portuguesas enfrentam um contexto desafiante, mas cheio de potencial. As exigências do mercado, a evolução tecnológica e a pressão pela eficiência colocam a transformação digital no centro das prioridades estratégicas.

Identificámos cinco grandes tendências que irão marcar o rumo das empresas até ao final de 2025, não como meros conceitos, mas como ferramentas práticas para tornar os negócios mais resilientes, competitivos e orientados para o futuro.

  1. IA Generativa deixa de ser futuro e entra no dia a dia das empresas
    O ano de 2025 marca a transição da IA generativa de uma tecnologia experimental para um elemento estrutural nos processos empresariais. A sua integração com sistemas de gestão e CRM permite automatizar decisões, acelerar processos e reduzir custos. Não se espera que esta tecnologia substitua o capital humano, mas que o complemente, libertando as equipas para tarefas de maior valor.
  2. UX como fator crítico de sucesso nos sistemas empresariais
    Durante anos, a implementação de sistemas empresariais focou-se apenas na funcionalidade, hoje, os utilizadores exigem experiências simples, eficientes e intuitivas. Seguindo esta tendência a adoção de abordagens centradas no utilizador deixou de ser um luxo para se tornar uma necessidade, agora não se trata apenas de tornar a tecnologia atrativa, mas de garantir que serve verdadeiramente as pessoas e os processos que a utilizam.
  3. Supply chain inteligente e sustentável: a nova norma
    A cadeia de abastecimento vai passar por uma reinvenção neste segundo semestre. As empresas vão começar a necessitar de modelos que combinem inteligência preditiva com responsabilidade ambiental, estas tecnologias de simulação digital e planeamento integrado permitem antecipar riscos, reduzir desperdício e tomar decisões baseadas em dados. A sustentabilidade deixou de ser uma exigência regulatória e passou a ser uma vantagem competitiva.
  4. Processos e arquitetura: o alicerce invisível da transformação
    Muitas transformações digitais falham por não terem uma base sólida, conhecer em detalhe os processos de negócio e a arquitetura de sistemas é essencial para evoluir com coerência. Nestes casos ferramentas de mapeamento e de análise contínua permitem otimizar processos sem “reinventar a roda”, transformando as organizações com propósito.
  5. Dados com governance: de passivo a ativo estratégico
    Os dados são hoje o novo petróleo, mas, tal como este combustível fóssil, estes precisam de ser refinados para gerar valor. A gestão eficaz da informação passa por garantir qualidade, segurança, compliance e integração, nesse cenário, cada vez mais empresas apostam em arquiteturas cloud robustas com camadas de analytics e governança incorporadas. O objetivo final para 2025 é transformar o caos de dados dispersos numa fonte estruturada de vantagem competitiva.

Uma oportunidade para Portugal
Portugal tem uma oportunidade única neste momento de consolidar um ecossistema empresarial mais digital, resiliente e preparado para os desafios globais. A tecnologia, por si só, não resolve problemas, mas usada de forma estratégica, pode ser a alavanca que diferencia quem lidera de quem fica para trás.

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