Entrevista/ “O coworking é cada vez mais uma solução de modelo híbrido para as empresas”

Carlos Gonçalves, CEO do Avila Spaces

“No coworking, os profissionais sentem-se parte de uma comunidade, têm acesso a infraestruturas de topo e trabalham num contexto que combina foco e estímulo criativo”, assegura Carlos Gonçalves, CEO do Avila Spaces.

Criar espaços de trabalho centrados nas pessoas, flexíveis, tecnológicos e acolhedores é o foco do Avila Spaces há mais de duas décadas. Atualmente com uma rede de três espaços, em diferentes áreas geográficas de Lisboa, conta com mais de 1000 clientes nacionais e internacionais e tem planos de expansão para Lisboa e Porto, em modelos de negócio que podem passar por franchising ou parcerias estratégicas, explicou o CEO Carlos Gonçalves. Simultaneamente, continua a aposta em soluções digitais e serviços inovadores que acompanhem as novas exigências do trabalho híbrido e sempre muito focado na hospitalidade.

O cowork é o modelo de espaço de trabalho do futuro?

Em 2024 a indústria do coworking foi avaliada em mais de 20 mil milhões de euros, com projeções de crescimento de 14% para os próximos anos. Há cada vez mais empresas de média e grande dimensão a transitarem do arrendamento tradicional para escritórios privativos em espaços de cowork, dada a flexibilidade contratual, a redução de custos, para além de promover a ligação entre colaboradores, reforçando a cultura e o vínculo emocional à empresa.

O coworking deixou de ser uma alternativa apenas para start-ups ou freelancers. Hoje, o escritório privativo é repensado como um espaço de colaboração e pode co-existir com espaços de cowork e com o teletrabalho. O coworking assume-se como um modelo de trabalho de futuro e responde às necessidades das organizações modernas. No fundo, o coworking é cada vez mais uma solução de modelo híbrido para pequenas e grandes empresas.

“Para freelancers e profissionais independentes, o cowork é sinónimo de rede, foco e crescimento”.

Quais as vantagens para as empresas (e freelancers) recorrerem a este perfil de escritórios, numa altura em que os modelos de trabalho estão cada vez mais híbridos?

Para as empresas, o coworking permite eliminar um conjunto de custos fixos, desde a gestão da infraestrutura, organização de eventos e despesas correntes do escritório, consumos de eletricidade, catering, entre outros. O modelo híbrido exige flexibilidade: algumas equipas estão em teletrabalho, outras precisam de se encontrar pontualmente — e o cowork oferece respostas práticas, como o “day office”, o escritório satélite ou a utilização de salas de reunião sob reserva, pagando apenas o tempo que se utiliza. Ao mesmo tempo, mantém-se o contacto presencial, que é essencial para reforçar o espírito de equipa e o sentimento de pertença. Para freelancers e profissionais independentes, o cowork é sinónimo de rede, foco e crescimento.

E quais são os modelos de coworking que o Avila Spaces disponibiliza atualmente ao mercado?

O Avila Spaces dispõe de três unidades em Lisboa– Atrium Saldanha, Av. República e Parque das Nações – com os seguintes serviços: cowork flexível e fixo para uso diário ou mensal, com opção de acesso 24 horas/7 dias por semana; escritórios privados, equipados e prontos a ocupar com renda mensal fixa; day offices, ideais para equipas que se reúnem 1 ou 2 vezes por semana e empresas que têm equipas dispersas geograficamente; escritórios virtuais, com morada de prestígio para sede ou fins comerciais, atendimento telefónico personalizado, apoio administrativo e receção de correspondência; salas de reunião e espaços para eventos, arrendados à hora ou ao dia e equipados com sistema de vídeo-conferência.

Quais os vossos principais atrativos?

A localização “premium” com metro à porta e estacionamento, o design elegante e funcional dos espaços, a tecnologia de apoio à gestão do dia a dia e a excelência no atendimento são apenas alguns dos nossos factores diferenciadores. Mas mais do que isso, os nossos espaços são pensados como pontos de encontro. No Avila, promovemos o equilíbrio entre concentração e socialização, o que potencia a produtividade, reforça o bem-estar dos colaboradores e cria uma cultura positiva de trabalho. Somos uma empresa focada na hospitalidade e muito procurada por empresas que necessitam de atrair e reter o melhor talento.

“As empresas vão continuar a reduzir os metros quadrados ocupados em sede própria e a apostar em soluções flexíveis e distribuídas geograficamente, como “escritórios-satélite”.

Considerando os modelos de trabalho atuais, que tendências antevê para este setor de atividade?

Assistimos à consolidação de três grandes tendências: a descentralização dos escritórios, a crescente procura por espaços “on demand”, e a valorização dos espaços de trabalho como plataformas de cultura e ligação emocional à empresa. As empresas vão continuar a reduzir os metros quadrados ocupados em sede própria e a apostar em soluções flexíveis e distribuídas geograficamente, como “escritórios-satélite”. Por outro lado, os espaços devem inspirar: já não basta serem funcionais, têm de ser ambientes que promovam criatividade, bem-estar e pertença.

Coworking e produtividade. Como avalia esta relação?

A produtividade não depende apenas do local físico, mas do ambiente, da motivação e da conexão entre pessoas. No coworking, os profissionais sentem-se parte de uma comunidade, têm acesso a infraestruturas de topo e trabalham num contexto que combina foco e estímulo criativo. O modelo é especialmente eficaz para equipas que combinam teletrabalho com encontros presenciais regulares — favorecendo o alinhamento, a motivação e a retenção de talento.

Em 2023 foram considerados, nos Global Startup Awards, como o Melhor Cowork do Mundo. Qual o significado desta distinção para a empresa?

Foi um marco para o Avila Spaces e para o ecossistema português de inovação. Este reconhecimento valida uma visão que temos vindo a construir há mais de 20 anos: criar espaços de trabalho centrados nas pessoas, flexíveis, tecnológicos e acolhedores. Esta distinção aumenta a nossa responsabilidade e reforça o compromisso com a inovação contínua, colocando-nos como referência global na transformação do setor.

E quais os vossos planos de expansão em termos de novos espaços e /ou novos serviços no mercado nacional? Expansão geográfica é uma possibilidade?

Sim, temos planos de crescimento sustentado. Estamos a avaliar novas localizações em Lisboa e Porto e modelos de expansão que podem passar por franchising ou parcerias estratégicas. Em paralelo, continuamos a apostar em soluções digitais e serviços inovadores que acompanham as novas exigências do trabalho híbrido, como o “Avila Connect”, que permite às empresas gerirem equipas remotas com toda a conveniência de um escritório físico, sem o custo associado, funcionando também como uma plataforma de networking e um marketplace de serviços, muito útil, especialmente para empresas que se estão a instalar em Portugal e necessitam de apoio contabilístico, fiscal ou legal. O Avila Spaces é líder em inovação neste mercado e estamos a reforçar esta nossa posição.

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