Número de unicórnios fundados por mulheres pode bater o recorde este ano

Em 2018 surgiram em todo o mundo 12 unicórnicos liderados por mulheres. Este ano, só na primeira metade, já existem 10. Os dados são do Crunchbase, que revela que estas empresas estão a aparecer a uma taxa sem precedentes, apesar de enfrentarem um desafio: a obtenção de financiamento.

Quando a Rent the Runway e a Glossier foram avaliadas na mesma semana em mil milhões de dólares (cerca de mil milhões de euros), acabaram por se tornar símbolos de empresas femininas valiosas e com elevados retornos.

Recentemente o Crunchbase revelou dados que comprovam que há cada vez mais unicórnios fundados por mulheres: 2019 está a tornar-se num ano histórico para as empresas unicórnio lideradas por mulheres. “Estas start-ups estão a aparecer a uma taxa sem precedentes”, garante.

Segundo a análise do Crunchbase, em 2018 surgiram em todo o mundo 12 unicórnios que tinham pelo menos uma fundadora. Apenas na primeira metade de 2019, já existem em todo o mundo 10 empresas fundadas por mulheres que se tornaram unicórnios. A lista de 2019 inclui empresas com; Airwallex, Away, Confluent, Coursera, ezCater, FabFitFun, Glossier, Horizon Robotics, Rent the Runway e Vlocity.

Mas afinal o que está a mudar no mercado
Uma das primeiras empresas fundada por mulheres a alcançar este estatuto foi a FabFitFun, que possui um serviço de subscrição, através do qual as assinantes recebem caixas com diversos produtos para mulheres, sendo o custo da caixa inferior à compra individual de cada um dos produtos.

“Quando analisamos o cenário, as categorias e a moda, que obviamente são direcionadas às consumidoras, quem é que gere essas empresas nos dias de hoje?”, questiona a fundadora da FabFitFun, Katie Rosen Kitchens. “A maioria ainda são homens brancos mais velhos”, responde.  Neste sentido, Katie Rosen Kitchens faz questão de procurar intencionalmente parceiros que não se encaixassem neste modelo.

Quando se trata de aplicar a mesma perspectiva aos investidores de sua empresa, a empreendedora depara-se com menos opções, já que, no caso dos fundos de capital de risco, a maioria inclina-se para os homens.  “O mais importante para as marcas é encontrar o melhor parceiro, alguém que entenda verdadeiramente a empresa, não importa qual seja o género”, alerta.

No último trimestre deste ano, por exemplo, apenas 17% do capital de risco foram investidos em empresas com pelo menos uma fundadora. Desse total, só 2% foram investidos em empresas apenas com fundadoras.

Além de serem unicórnios e geridas por mulheres, a Glossier e a Rent the Runway são raras, pois são empresas focadas em mulheres. No entanto, há empresas que não o são. São disso exemplo, a Grab e a ezCater. A primeira atua no segmento de transporte partilhado e a segunda no ramo do catering.

A Grab foi fundada por Hooi Ling e o seu sócio Anthony Tan. A start-up visava colmatar uma necessidade local: as mulheres na Malásia precisavam de uma solução fiável para viajarem à noite em segurança. Este foi o ponto de partida da Grab, que rapidamente se transformou numa aplicação líder no Sudeste Asiático, que inclui pagamentos, serviços financeiros, entrega de comida e outras encomendas e todo um conjunto vasto de serviços. Atualmente, mais de 40% dos colaboradores da Grab são mulheres, embora a empresa esteja a ir muito além do foco do género.

 

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