Opinião
Nova geração, novas soluções: é tempo das empresas abrirem as portas ao futuro

O último trimestre é, por tradição, de recomeços. As cidades voltam a ganhar ritmo, as escolas enchem-se de novos objetivos e as empresas dão início a novos projetos com energia renovada. É também o momento ideal para olharmos para o futuro — e esse futuro tem rosto jovem.
Todos os anos, milhares de recém-formados das escolas profissionais concluem os seus percursos académicos, prontos para dar o salto para o mercado de trabalho. Trazem consigo competências técnicas sólidas, experiência prática adquirida em estágios curriculares e uma enorme vontade de aprender e contribuir.
As escolas profissionais desempenham um papel essencial no desenvolvimento económico e social do país. Ao aliarem teoria e prática, formam técnicos qualificados em áreas estratégicas como eletrónica, automação, computação, telecomunicações e sistemas de informação — setores fundamentais para a inovação e transformação digital. Com uma aprendizagem orientada para a execução de tarefas, resolução de problemas e utilização de tecnologias de ponta, estes jovens chegam ao mercado com competências práticas e atualizadas, prontos para contribuir em projetos exigentes e de alto impacto. Ignorar este potencial é desperdiçar talento especializado e limitar a capacidade de evolução tecnológica das empresas.
Integrar jovens formados em escolas profissionais é uma decisão estratégica. Ao acolher estes profissionais no início das suas carreiras, as empresas têm a oportunidade de moldar competências, transmitir a sua cultura e garantir equipas alinhadas com os seus objetivos. É também uma forma de combater o desemprego jovem e reforçar a competitividade do país nas áreas mais operacionais.
Persistem, contudo, alguns preconceitos que associam o ensino profissional a uma “segunda escolha”. Uma visão que não podia estar mais desatualizada e que não corresponde às exigências do mundo atual, que precisa de pessoas capazes de transformar conhecimento em ação, de inovar e de responder rapidamente aos desafios.
Por estes dias, enquanto muitos regressam à rotina, é tempo de as empresas abrirem espaço para quem está a começar. Porque apostar nestes jovens é apostar num futuro mais qualificado, mais inclusivo e mais preparado para enfrentar os desafios de uma economia global. O talento está lá e é o momento certo para lhe abrir as portas.