Mulheres e menopausa: Como esta fase afeta a atividade profissional
Estão no auge da carreira, são altamente experientes e qualificadas. As mulheres na idade da menopausa estão em força no mercado de trabalho, mas na maioria dos casos não têm apoio para ultrapassar esta etapa das suas vidas. O impacto económico é significativo.
A mulheres na idade da menopausa, regra geral entre os 45/55 anos, representam atualmente uma parte significativa da força de trabalho. Trata-se de uma faixa etária caraterizada por muita experiência profissional, com formação qualificada e que, na maior parte das vezes, está no ponto alto da carreira e em cargos de chefia.
Acontece que esta é também uma faixa etária em que não raras vezes começam a surgir alguns dos sintomas e desconfortos físicos, e não só, associados à fase da menopausa. Dores de cabeça, ondas de calor, cansaço generalizado ou mudanças de humor são alguns dos inconvenientes que podem afetar as mulheres. O que pode causar muitos transtornos no ambiente laboral e, concretamente, no desempenho dessas profissionais, nas oportunidades de trabalho ou até na sua progressão na carreira.
O impacto é muito mais abrangente porque as implicações económicas associadas são inúmeras. Segundo um estudo, citado pelo World Economic Forum (WEF), só no Reino Unido estima-se que, anualmente, sejam perdidos 14 milhões de dias de trabalho devido a questões relacionadas com a pré-menopausa e a menopausa. Uma outra pesquisa de 2022 relata que uma em cada 10 mulheres com sintomas deixaram os cargos que ocupavam.
Ao risco de perda de talentos, juntam-se também os custos que, por exemplo, os empregadores individuais têm de suportar nestas situações. A Oxford Economics fez uma pesquisa sobre o tema na qual constatou que o custo de substituição de uma mulher que deixa de trabalhar devido aos sintomas difíceis da menopausa é superior a 30 mil libras (cerca de 34 mil euros).
O WEF destaca a pressão que começa a ser feita em diferentes países europeus para que os empregadores e os Governos tomem medidas. Veja-se ainda o caso do Reino Unido, onde o Comité de Mulheres e Igualdades do Parlamento apresentou várias recomendações e o desenvolvimento de políticas para implementação em organizações de todo o país.
Algumas empresas estão inclusivamente e adotar medidas especificas para as suas trabalhadoras que vivem esta transição, criando acordos de trabalho mais flexíveis e que permitam criar experiências positivas para as mulheres no local de trabalho.
Para ultrapassar o impacto desta situação, o WEF salienta que as organizações devem ser incentivadas a adotar as melhores práticas nesta matéria com políticas de menopausa inclusivas, e a formar e a consciencializar os funcionários. Devem desenvolver programas através dos quais as trabalhadoras possam partilhar experiências, recursos e apoio, e ainda promover culturas de trabalho mais inclusivas e que tragam para a “discussão”, de forma transparente, o impacto da menopausa no trabalho.








