Michael Page apresenta tendências do mercado de trabalho para 2023 em vários setores de atividade

Com o final do ano a aproximar-se, urge planear 2023. A pensar nisso, a  Michael Page lançou o seu estudo anual sobre as principais tendências do mercado de trabalho para quadros executivos em empresas de grande dimensão, em vários setores de atividade.

A análise efetuada pela Michael Page acerca das tendências previstas para 2023 no mercado de trabalho, incide em diferentes setores de atividade, mas, na generalidade dos mesmos, existem alguns aspetos que se destacam: o aumento da digitalização dos negócios, a mobilidade, os novos métodos de trabalho, as novas funções e a procura por talentos.

Assim, em alguns setores identificados, a Michael Page destaca as principais conclusões:

Banking & Financial:
Os projetos digitais e processos de desenvolvimento tecnológico ganham relevância neste setor. Os perfis de controlo interno, marketing e sales, encontram-se entre os mais desejados. Há a destacar também o crescimento de novas fintech na área de meios de pagamento e a entrada de novas financeiras internacionais que estão a abrir operações em Lisboa e Porto.

Globalmente, regista-se também um grande foco na transformação digital, assim como numa orientação cada vez maior para o cliente numa ótica de venda consultiva, com uma oferta de serviços tailor made. A digitalização e a inovação obrigam as empresas a procurar profissionais que ofereçam uma combinação de conhecimentos técnicos na área e uma clara orientação para o mundo digital.

Entre as tendências, as empresas apostam no dynamic work, facilitando novos métodos de trabalho, planos de carreira mais adequados, mobilidade interna e outras ferramentas destinadas à retenção de talento.

No que concerne a tendências salariais, para a função de corporate finance a remuneração máxima pode ir até 90 mil euros, para um analista de risco até aos 46 mil euros, e para um responsável financeiro até aos 70 mil euros.

Finance:
A procura de perfis financeiros, nomeadamente para funções de Controlling, Contabilidade e Direção Financeira, tem tido um aumento gradual nos últimos anos. A automatização de processos e a aplicação de ferramentas de Business Intelligence tem provocado uma mudança nos perfis e responsabilidades para o departamento financeiro, exigindo aos profissionais adaptação e agilidade.

Agora, as empresas procuram perfis que demonstrem capacidade analítica e espírito crítico, integrados em equipas multidisciplinares que trabalham, em conjunto, projetos transversais e em estreita parceria com as equipas de gestão de topo. Continuam a ser muito valorizadas as soft skills como a capacidade de comunicação com diferentes interlocutores, hands on approach, orientação para resultados e para a melhoria contínua de processos.

Neste contexto, tem havido um aumento salarial em funções como Controlling, Contabilidade e Direção Financeira. Exemplificando, nas funções de direção, como a de Controller Financeiro, o salário oscila entre 23.800 a 49 mil euros enquanto um Auditor externo pode ganhar até 46.200 euros.

Healthcare & Life Sciences:
Este setor foi dos mais dinâmicos em 2022, e as áreas mais técnicas foram as que apresentaram maior crescimento, nomeadamente, a qualidade, assuntos regulamentares e direção técnica (QP’s).
As empresas deste setor procuram candidatos altamente qualificados nas áreas das Ciências da Saúde, Gestão e Marketing. Formações complementares como Pós-Graduações, Doutoramentos, MBA’s e cursos técnicos continuam a ser valorizadas. No entanto, além das competências técnicas, o perfil comportamental tem vindo a ganhar maior destaque, sendo este um fator decisivo no momento de tomada de decisão.

Salário, boa reputação da empresa e trabalho flexível continuam a ser fatores decisivos para atração e retenção de talento neste setor. Nas funções comerciais, um Business Unit Manager (cargo máximo) pode auferir até 150 mil euros, enquanto no departamento médico, um Diretor Médico pode atingir os 130 mil euros, numa média salarial sem grandes variações relativamente ao ano anterior.

Hospitality & Leisure:
A retoma na área de Hotelaria e do Turismo foi uma realidade em 2022 e com perspetivas de evolução em 2023. Os projetos de investimento foram retomados e neste contexto, os salários tornaram-se mais competitivos e há uma maior capacidade para a captação de candidatos. Houve um aumento salarial no setor e foco na implementação de benefícios para os colaboradores, como folgas fixas, fins-de-semana livres, seguro de saúde ou subsídio de alimentação.

Como referência salarial, um diretor-geral de operações pode auferir até 110 mil euros e um diretor de hotel até 90 mil euros, ambos na zona de Lisboa. Os salários em funções mais operacionais, aumentaram entre 5% e 10%.

Information Technology:
Reforçou-se a procura de perfis especializados, com destaque para as áreas de Cybersegurança, IoT, Cloud, CRM, ERP, Machine Learning e Big Data. Os candidatos procuram consolidar os seus conhecimentos de forma a atingirem diferentes patamares de progressão de carreira, quer a nível tecnológico como de gestão.

O salário continua a ser dominante na guerra pelo talento, com valores superiores às das outras áreas, com benefícios associados cada vez mais valorizados (flex plans, pocket money, stock options), assim como outros fatores como a flexibilidade de trabalho, o ambiente tecnológico e as responsabilidades da função.

Como referência, um Chief Information Officer (CIO) pode auferir anualmente entre 80 mil euros a 130 mil euros e um Chief Tecnology Officer (CTO) até 140 mil euros.