Maioria dos líderes portugueses continua a investir na sua formação, diz estudo

A liderança é algo que se pode aprender ou é uma característica inerente a qualquer profissional? O Observatório Liderança 2020 mostra que há quem acredite na vocação para comandar as organizações, com 52% dos líderes a considerar “ter nascido já com perfil de líder”.

Os líderes dão importância ao investimento na educação, com 96% dos inquiridos a indicar que continuam a investir na sua formação. A conclusão é do relatório “Desafios paradoxais de gestão”, desenvolvido pelo Observatório de Liderança da Nova SBE em parceria com Fundação Haddad, sediada no Reino Unido, que explora os desafios que 25 reconhecidos líderes enfrentam no seu dia adia, seja nos negócios e sociedade, gestão de talentos, digital ou equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

Ao nível de habilidades e características de liderança que valorizam quando se trata de recrutar para posições de liderança, os líderes entrevistados destacam, sobretudo, a adaptabilidade, ética, responsabilidade, curiosidade, capacidade de trabalho em equipa e visão estratégica.

Quando questionados sobre as razões por detrás do seu sucesso, destacam como valências importantes a resiliência, persistência, curiosidade e o facto de se dedicarem arduamente ao que fazem. Dos entrevistados, apenas 24% considera que as competências de liderança não podem ser aprendidas, embora 52% considere ter nascido já com perfil de líder.

Ainda de acordo com o relatório, 96% dos entrevistados manifestaram-se sensibilizados e preocupados com as alterações climáticas causadas pela ação humana. Ao nível da diversidade nas suas empresas, 72% dos líderes entrevistados acreditam já fomentar grande diversidade nas suas equipas.

Numa era de transformação digital, os investigadores procuraram analisar como a tecnologia está a mudar o panorama das organizações e explorar como os líderes estão a utilizar essa mudança para seu benefício, mesmo enfrentando grandes dificuldades. Alguns desafios identificados no relatório relacionam-se com a lentidão de processos que, paradoxalmente, visam tornar as organizações mais ágeis, ou as tensões sentidas na transformação de processos analógicos para o digital.

Ainda assim, 92% dos líderes considera-se digitalmente capaz e atualizado quanto a ferramentas tecnológicas para as necessidades do seu trabalho. Quando inquiridos sobre se a Inteligência Artificial e a automação poderão vir a substituir as funções de gestão, 84% está confiante que essas tecnologias irão facilitar as tarefas e não substituí-las.

Outro desafio que paira sobre todos os líderes prende-se com o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, sendo que 84% dos líderes entrevistados acredita ter encontrado um bom equilíbrio. “Saber delegar é um dos mecanismos referidos”, indica o mesmo relatório, ainda que 48% admita que os seus dias nunca correm como planeado.

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