Luxo aumenta receitas e converte-se ao digital
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O Global Powers of Luxury Goods, da Deloitte, constatou que as marcas de luxo aumentaram as receitas em 8,5% e que durante a pandemia converteram-se ao digital.
O Global Powers of Luxury Goods da Deloitte analisou o mercado dos bens e luxo e constatou que as 100 maiores empresas do mundo deste setor de atividade geraram receitas agregadas de 281 mil milhões de dólares em 2019, valor que representou um aumento face ao ano anterior que registou receitas agregadas de 266 mil milhões de dólares. O crescimento anual foi na ordem dos 8,5%
O estudo, refira-se, identifica as 100 maiores empresas de bens de luxo a nível global, com base nas vendas consolidadas de bens de luxo registadas no ano fiscal de 2019, usando os dados disponíveis publicamente, analisando o desempenho nas distintas geografias e segmentos de produto.
O limite mínimo de receita exigido para entrar na lista das 100 maiores empresas de bens de luxo do mundo foi de 238 milhões de dólares, com uma dimensão média de empresa de 2,8 mil milhões de dólares.
O Global Powers of Luxury Goods da Deloitte revela que o Top 10 das maiores empresas contribuíram com 51,2% do total de vendas de bens de luxo para o Top das 100 maiores. Aliás, o crescimento de 11,9% registado pelas 10 maiores ultrapassou os 8,5% das 100 maiores empresas.
A LVMH, a Kering e a The Estée Lauder estão no Top 3 das maiores empresas de luxo do mundo, posições que, aliás, já ocupavam no ano transato. No que respeita aos setores dominantes, o vestuário e calçado continuam a corresponder ao maior número de empresas do Top 100. Contudo, tiveram a menor dimensão por tamanho médio de empresa, com apenas 1,2 mil milhões de dólares.
Em termos geográficos, a Itália continua a ser o país com maior número de empresas de bens de luxo, enquanto França é o mercado com melhor desempenho com um crescimento de vendas composto de 15,7%, contribuindo com 28,3% das vendas totais para o Top 100 das maiores empresas de bens de luxo do mundo.
TOP 10 Empresas de Bens de Luxo, por vendas (2019)
![Top 10 marcas de luxo](https://test.linktoleaders.com/wp-content/uploads/2021/01/Top-10-marcas-de-luxo.jpg)
Fonte: Global Powers of Luxury Goods – Deloitte
Digital impacta setor
De acordo com a análise da Deloitte, ao longo de 2020 as estratégias de vendas dos segmentos de topo também foram impactadas pela pandemia, o que parece também ter levado ao aparecimento de algumas tendências de evolução no segmento de luxo. A começar pela componente digital uma vez que, genericamente, houve uma maior aposta nos canais digitais como forma de resposta às limitações de acesso às lojas físicas imposta pela pandemia na globalidade dos países. O contexto atual veio acelerar a mudança para um novo paradigma de análise de dados do consumidor, através de soluções de inteligência artificial (IA) e aplicações de realidade aumentada (RA).
Ainda assim as lojas físicas oferecem uma experiência única ao cliente do segmento de luxo e não serão completamente substituídas pelo digital. A tendência aponta para uma abordagem omnichannel mais ágil nas vendas.
O Global Powers of Luxury Goods destaca ainda que a sustentabilidade também está a afirmar-se como uma tendência relevante neste setor, já que muitas empresas de bens de luxo estão a investir significativamente em tecnologias “verdes” e noutras medidas, como compensação de carbono, como resposta às exigências do consumidor, cada vez mais empenhados na luta contra as alterações climáticas.
Perante os resultados do estudo, Duarte Galhardas, líder deconsumo e Partner da Deloitte, refere que “a pandemia está a provar ser, acima de tudo, um acelerador para as marcas adotarem novos paradigmas de criação de valor. Embora o segmento de luxo fosse tímido na transição digital e na aposta na sustentabilidade, hoje, mais do que nunca, as marcas de bens de luxo estão a adaptar-se rapidamente à nova realidade e a reinventar a experiência do consumidor, tanto em Portugal como no mundo”.