Los Angeles: o novo hub de start-ups?

Los Angeles está associada inequivocamente ao mundo da sétima arte, com Hollywood na vanguarda da produção cinematográfica. Mas algo mudou e hoje chama a atenção dos investidores de risco do norte da Califórnia.
Ao contrário de São Francisco, Los Angeles oferece aos empreendedores uma localização mais económica e são muitos os que aí se fixaram, captando a atenção dos investidores de risco, habitualmente atentos ao sul da Califórnia, que, em 2016, já investiram cerca de 3 mil milhões de euros nas start-ups da cidade – seis vezes mais do que o valor investido em 2012, segundo a CB Insights.
Veja-se o caso da Snap de Evan Spiegel, mais conhecida pela sua app Snapchat, hoje avaliada em cerca de 17 mil milhões de euros. Evan Spiegel estudou em Stanford, em pleno Silicon Valley, mas, quando pensou onde queria viver e trabalhar, optou pela proximidade do mar, por Venice Beach, Los Angeles.
Outro caso é o Dollar Shave Club, uma empresa de e-commerce que foi recentemente vendida à Unilever por cerca de 1 bilião de euros, ou o da Ring, uma empresa com um serviço de tocar à porta tecnológico, ou a Riot Games, um conhecido jogo multiplayer online.
Los Angeles, já apelidada de Silicon Beach, afirma-se a cada dia como um dos maiores hubs de start-ups.
Algumas das empresas aí sediadas são hoje empresas tecnológicas muito atrativas para os investidores, tendo levantado algumas destas mais de 47 milhões de euros, na sua maioria ligadas ao vídeo, ao e-commerce e à moda.
Silicon Beach é atualmente, no panorama das start-ups norte-americanas, a terceira mais proeminente, antecedida por São Francisco e por Nova Iorque.
Como vantagens surgem o clima, as boas universidades, a cultura mais informal, a proximidade a São Francisco e o custo de vida bem mais baixo. No entanto, alguns empreendedores apontam para a necessidade de investimento de menos 40%, face a uma localização em São Francisco, de forma a cobrir os custos de local de trabalho e equipa.
O problema do menor número de engenheiros seniores acaba por estar a revelar-se um não problema, uma vez que os disponíveis tendem a ser mais leais à empresa em que estão, havendo uma menor mobilidade, face a São Francisco. O desejo de uma vida mais equilibrada e fora das grandes cidades tende a ajudar na captação de colaboradores seniores dos outros dois grandes centros tecnológicos.
São já muitas as empresas tecnológicas que se mudaram para Los Angeles e que estão a dar que falar.
É o caso da Factual, uma plataforma aberta de dados para app developers, criada por Gil Elbaz em 2007, que levantou cerca de 25 milhões de euros de investidores como a Andreessen Horowitz, a Miramar Venture Partners, a Founder Collective, a Index Ventures, entre outros.
O mesmo aconteceu com a BeachMint que ajuda os compradores a encontrar produtos recomendados por celebridades, criada por Josh Berman e Diego Berdakin em 2010. Localizada em Santa Monica, já levantou mais de 69 milhões de euros de investimento com a Accel Partners, a Goldman Sachs, a New World Ventures, a Trinity, entre outros.
Los Angeles afirma-se neste ecossistema e capta cada vez mais a atenção do mundo. O próximo passo? O Snapchat continuar a crescer e passar a capital aberto, apontam os especialistas.