Jogos Olímpicos podem enfrentar até 3,6 biliões de ciberataques, dizem os especialistas

Os Jogos Olímpicos começaram ontem na capital francesa, prolongam-se até 11 de agosto e os especialistas já alertaram para os elevados riscos de ciberataques neste período.
Evento desportivo de dimensão mundial, os Jogos Olímpicos que ontem arrancaram em Paris mobilizam milhares de pessoas, de todas as nacionalidades, nos vários “palcos” em que ocorrem as competições. Até 11 de agosto, a capital francesa estará superlotada e o impacto far-se-á notar nas mais variadas áreas do dia a dia. Serão milhares de pessoas a usar equipamentos ligados à internet para recorrer, por exemplo, a serviços bancários online ou para usar emails pessoais e profissionais. Assim, como instituições, empresas e entidades públicas que, pela elevada procura, terão de aumentar os seus serviços de comunicações. Por isso, a exposição a eventuais ataques cibernéticos aumenta exponencialmente e o risco de verem os seus dados atacados é grande.
Pelo menos esta é a visão de alguns especialistas que, citados pelo Fórum Económico Mundial, preveem que os Jogos Olímpicos possam enfrentar até 3,6 biliões de ciberataques. Trata-se de um número oito vezes superior ao verificado na edição de Tóquio, no Japão, há quatro anos.
Nos 17 dias em que dura o evento são esperados mais de 11 milhões de visitantes em Paris (segundo a Fortune), o que indicia uma atividade económica na região na ordem dos 11 biliões de euros (de acordo com o Centre de Droit et d´Economie du Sport), motivos suficientes para que a agência francesa de cibersegurança, a ANSSI (Agence Nationale de la Sécurité des Systèmes d’iInformation) tenha alertado para um nível de ameaças sem precedentes e para ciberataques que podem surgir de muitas maneiras. Por exemplo, os cibercriminosos podem construir sites falsos que imitem os oficiais, bem como emails, sites de compras, de bancos ou agências governamentais.
Em esquemas de phishing, os atacantes podem usar emails ou mensagens fraudulentas como forma de aceder a dados pessoais como passwords ou números de cartões de crédito. Outras ameaças podem passar por ataques denial-of-service (DDoS), para interferir no funcionamento das atividades online através, por exemplo, do aumento de tráfego ou de malware provocando a sobrecarga de servidores ou da rede.
Perante estas probabilidades, a ANSSI, assim como os parceiros oficiais dos Jogos, reforçaram as suas defesas desenvolvendo redes seguras e melhorando os sistemas de monitorização ciber recorrendo a inteligência artificial, de modo a verificarem eventuais vulnerabilidades nos cerca de 500 sites oficiais.