Já pensou em abrir um negócio em Londres? Conheça três obstáculos

Decidiu abrir uma start-up no Reino Unido? Conheça os obstáculos que terá de superar enquanto imigrante não europeu para começar um negócio e ser bem-sucedido neste país.

O Reino Unido sempre foi um país de grandes oportunidades para os empreendedores de todo o mundo. De acordo com estatísticas da OCDE, o Reino Unido teve um aumento de 31% na atividade empreendedora entre 2007 e 2016. O país fica especialmente bem classificado em infraestruturas, conetividade e quadro legal.

O Departamento de Comércio Internacional declara orgulhosamente que o imposto sobre as empresas no Reino Unido ainda é o mais baixo das 20 maiores economias do mundo. Este organismo adianta ainda que o Reino Unido também apresenta o menor número de barreiras ao empreendedorismo no planeta, levando apenas 48 horas para registar formalmente uma empresa.

No entanto, há obstáculos que os imigrantes não europeus têm de ultrapassar, segundo o Entrepreneur. Conheça-os neste artigo.

1. Imigração e verificação

Embora não precise de ser um cidadão europeu para abrir um negócio no Reino Unido, precisará de um visto válido para o seu status de empreendedor ao entrar no país.

O visto mais apropriado para a sua posição como proprietário de uma empresa seria o visto Nível 1 (Empreendedor). Felizmente, esse nível de visto é considerado da mais alta importância e funciona num sistema baseado em pontos.

Apesar das incertezas sobre o futuro dos vistos de trabalho não domésticos e da liberdade das empresas de negociarem com a Europa, as estatísticas de imigração do ano passado mostraram um aumento de 13% nos pedidos para o visto Empreendedor Nível 1 -, o que de certa forma ilustra a confiança internacional na economia do Reino Unido. No entanto, as taxas de rejeição para os candidatos estão em torno dos 42%.

É imperativo que o seu pedido de visto seja o mais adequado para garantir que tenha a melhor oportunidade para ter o direito de gerir um negócio no Reino Unido. Nesse sentido, apresentamos de seguida alguns dos problemas que os empreendedores enfrentam.

O nível de verificação exercido pelo Home Office do Reino Unido é meticuloso. Quaisquer documentos de apoio que acompanhem o seu pedido devem ser originais autenticados e não cópias. Deve também evitar qualquer ambiguidade nas suas respostas enquanto completa a sua submissão.

Outro procedimento de verificação importante é o teste “empreendedor genuíno”. A taxa de sucesso dos candidatos ao visto “Tier 1 Entrepreneur” atingiu 81% em 2012, um ano antes da implementação deste teste. O teste “empreendedor genuíno” avalia rigorosamente a viabilidade do seu plano de negócios.

Para passar essa avaliação, precisará de detalhar a credibilidade da sua visão, de forma clara, junto de quem estiver a avaliar o seu processo.

Espere também para ser entrevistado sobre o seu pedido de visto. Essa etapa do processo foi criticada no passado por ser muito rígida e não permitir que o candidato fornecesse maior clareza ou espontaneidade nas suas respostas. Com isso em mente, pode ter de praticar respostas sucintas e informativas a qualquer pergunta antecipada sobre o seu plano de negócios.

Finalmente, é importante estar ciente de que o tempo é essencial quando se trata de construir um pedido de visto forte e recomenda-se que se candidate entre um e três meses antes da data em que pretende viajar.

Lembre-se que pode equacionar a contratação de um advogado de imigração para ajudá-lo a fortalecer o seu caso e que pode recorrer das recusas iniciais.

2. Investimento

Para muitos, o maior obstáculo a ser superado são os requisitos financeiros associados à obtenção do visto de empreendedor de Nível 1.

Vale a pena ressalvar que o processo de inscrição custa até 1.277 libras (1.419 euros) por pessoa, mais uma sobretaxa de saúde de imigração (IHS), mas espera-se que aqueles que desejam entrar no Reino Unido através deste visto tenham investimentos financeiros significativos.

Todos os candidatos devem ter acesso a investimentos de pelo menos 200 mil libras (222 mil euros). Também podem candidatar-se com êxito se tiverem acesso a 50 mil libras (cerca de 56 mil euros) que tenham sido concedidas através de uma ou mais empresas de capital de risco reguladas pela Financial Services Authority, de concursos de financiamento de capital empresarial do Reino Unido ou de um ou mais departamentos governamentais britânicos.

Isso é especialmente complicado porque não tem permissão para levantar as 50 mil libras (cerca de 56 mil euros) dos seus próprios fundos ou de terceiros. No entanto, também pode ser aceite para ter um visto se tiver 50 mil libras (cerca de 56 mil euros) investidas noutro negócio baseado no Reino Unido. Isto é, desde que o investimento tenha ocorrido nos últimos 12 meses.

3. Concorrência

No Reino Unido há um ambiente intensamente competitivo para novos negócios e os empreendedores correm o risco de serem sufocados antes de terem uma oportunidade real de crescer.

Assim que chegar, é vital que se prepare para ter perdas, independentemente da força da sua proposta comercial e do plano de negócios exclusivo.

A consciência da marca e os monopólios são abundantes, e os empresários mais inteligentes preparam-se para a dificuldade de se estabelecerem num mercado tão forte, fazendo movimentos modestos em termos de espaço de escritório e escalabilidade.

Recorde-se que um anúncio recente do governo britânico divulgou a introdução de um novo passaporte para os empreendedores que queiram desenvolver as suas start-ups no Reino Unido. O novo Visa vai estar disponível a partir da próxima primavera.

Estimular o crescimento e a inovação dentro do Reino Unido é o objetivo da iniciativa, já que o Visa foi especialmente desenhado para atrair empreendedores fora da Europa. Este passaporte contém critérios de entrada menos rigorosos que os atuais, que apresentam grandes entraves à entrada de imigrantes que queiram estabelecer os seus negócios em terras de Sua Majestade.

 

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