Israel é o melhor país para as mulheres empresárias prosperarem
Em ano de pandemia, as mulheres portuguesas tiveram menos oportunidades de evoluir no mundo dos negócios, pelo que Portugal desce seis posições no ranking global do Mastercard Index of Women Entrepreneurs 2020. Os mercados da Ásia-Pacífico foram responsáveis por algumas das maiores quedas na classificação.
As mulheres empresárias foram desproporcionalmente afetadas pela pandemia de Covid-19 em todo o mundo, com 87% a afirmarem ter sido atingidas negativamente. As conclusões são do relatório Mastercard Index of Women Entrepreneurs (MIWE) 2020.
Os mercados da Ásia-Pacífico, incluindo Hong Kong, Filipinas, Singapura e Vietname, foram responsáveis por algumas das maiores quedas na classificação anual da Mastercard das melhores economias para mulheres empresárias, que sofreu mudanças significativas devido à Covid-19.
O relatório analisa como as mulheres nos negócios estão a progredir em 58 economias globais – representando quase 80% da força de trabalho feminina internacional – e os fatores socioeconómicos que impulsionam e inibem o seu sucesso. O índice classifica as economias com base em vários indicadores, como acesso financeiro e apoio às condições empresariais.
No relatório de 2020, 12 mercados subiram cinco ou mais classificações, enquanto 10 caíram cinco ou mais. Os mercados da Ásia-Pacífico – Singapura (-12), Filipinas (-10), Hong Kong SAR (-8) e Vietname (-7) – foram responsáveis por algumas das maiores quedas. Os mercados que promoveram um ambiente positivo para as mulheres empresárias incluem a China Continental (+6) e a Indonésia (+5).
A Nova Zelândia lidera a lista de mercados da Ásia-Pacífico em quarto lugar no ranking – embora tenha caído do primeiro lugar em 2019. Segue-se a Austrália que ocupa o nono lugar, Tailândia em 11º, Taipei Chinês em 12º, Hong Kong em 15º, Filipinas em 16º e Indonésia em 17º.
Todos estes mercados apresentam pontuações ‘saudáveis’ para as mulheres empresárias, enquanto o Japão e a Índia estão entre os 13 mercados com pontuações mais baixas. O Bangladesh tem a classificação mais baixa da lista. No Japão, Índia, Bangladesh, Arábia Saudita, Argélia, Egito, Tunísia e Turquia, as mulheres representam apenas 6% a 15% dos líderes empresariais, segundo o relatório.
Em relação a Portugal, o nosso país ocupava, em 2019, a 13.ª posição do ranking global do MIWE. Em ano de pandemia, as mulheres portuguesas tiveram menos oportunidades de evoluir no mundo dos negócios, colocando o país na 19ª posição, atrás de economias como Israel, Suíça, Polónia, Reino Unido, Suécia, Espanha, Irlanda e França, que apresentaram uma melhoria geral, excetuando a Irlanda que, apesar da boa classificação, desceu oito posições desde o ano passado.
O relatório encontrou uma correlação clara entre os mercados que têm políticas claras voltadas para a igualdade de género e o sucesso empresarial das mulheres. A economia de melhor desempenho para as mulheres é Israel que apresentou uma ambição clara em 2019 de duplicar o número de mulheres empresárias em dois anos através de apoio a empresas fundadas por mulheres, depois de descobrir que apenas 8% das start-ups são lideradas por mulheres. O país subiu para o primeiro lugar depois de se manter no quarto lugar em 2019.
O relatório concluiu ainda que as líderes empresariais foram desproporcionalmente impactadas pela pandemia de Covid-19. A sobre-representação das mulheres nos empregos e setores que foram mais afetados (como turismo, viagens e transporte, retalho, alimentação), a pronunciada disparidade de género na indústria digital e as crescentes pressões das responsabilidades de cuidados infantis foram algumas das razões apontadas para esta desproporcionalidade.
Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostram que, globalmente, dos 136 milhões que lutam na linha de frente, 70% são mulheres. Em março de 2019, cerca de 75% dos profissionais de saúde e assistência social eram mulheres, o equivalente a cerca de 20 milhões de profissionais de saúde do sexo feminino em comparação com 6,3 milhões de homens. As mulheres nas economias em desenvolvimento foram as mais afetadas devido à menor aposta na formação e a uma representação excessiva nos setores de negócios informais, segundo o relatório.








