Investidores institucionais mais atentos ao investimento sustentável
O foco no investimento sustentável por parte dos investidores institucionais aumentou, de acordo com o estudo European Asset Allocation 2021.
As conclusões do European Asset Allocation indicam que investidores estão a reforçar a sua atenção nas questões ambientais e o seu foco nas questões sociais. De acordo com esta análise da Mercer, para o próximo ano, 27% dos investidores institucionais estão a começar a ampliar o seu foco em fatores sociais como capital humano e questões de direitos laborais, enquanto 24% pretendem aumentar a sua atenção às questões ambientais, como, por exemplo, a biodiversidade.
De uma forma geral, os resultados do estudo refletem a crescente importância da sustentabilidade, com o aumento significativo de investidores a utilizarem indexação low-carbon ou climática, comparativamente com o ano transato (26% vs 6%). A par disso, a grande maioria dos investidores europeus integra os fatores ESG (Environmental, Social and Governance) em todos os aspetos dos seus processos operativos, incluindo, a seleção de gestores (83%), monitorização de investimentos (88%), reporte (79%) e alocação de ativos (64%). Por outro lado, segundo o estudo, os investidores estão a mudar de uma posição mais reativa para uma posição proativa. Os fatores regulatórios estão a diminuir de importância como um elemento motivador para considerar os riscos ESG (67% mencionaram-no como um fator-chave, face a 85% no ano anterior).
A propósito destas conclusões, Rui Guerra, Partner e Business Leader de Wealth da Mercer Portugal, comentou que “embora estejamos num momento extremamente desafiador para muitos investidores, o período de pandemia viu surgir um aumento de ativos em fundos de investimento sustentáveis em toda a Europa, inclusivamente em Portugal”. Além disso, acrescentou, “apesar das questões ambientais continuarem a ser o foco principal, é interessante assistir ao facto de muitos investidores começarem a considerar o impacto social dos seus investimentos. Com a responsabilidade corporativa no topo das agendas, mais empresas querem ter um papel decisivo, apoiando questões como os direitos humanos, a igualdade de remuneração e a igualdade social”.
Numa vertente mais genérica, o European Asset Allocation revela que as alocações a alternativos estão agora quase ao mesmo nível das ações e, para alguns países, como o Reino Unido e a Alemanha, ainda mais elevadas. O afastamento da classe acionista continua entre os investidores do Reino Unido e da Europa (de 22% para 21% de alocação média nas carteiras totais), dado que pretendem diversificar o retorno, reduzir a volatilidade do mercado e proteger face a inflação.
Relativamente aos planos de pensões de benefício definido, relatório avança que os investidores procuram cada vez mais a diversificação através de classes de ativos alternativos (de 18% a 20%), como growth fixed income e private equity. Numa perspetiva de futuro, 53% dos investidores pretende rever a sua estratégia de investimento, mandatos de gestão ou governação.
Esta análise da Mercer, refira-se, pretende dar uma visão abrangente da estratégia de investimento na Europa no setor de pensões e identifica tendências emergentes no comportamento de cerca de 850 investidores institucionais, em 11 países, refletindo ativos totais de aproximadamente um trilião de euros.








