Influenciadoras e consumidoras: o novo perfil das mães contemporâneas

O estudo Escolha do Consumidor, da Consumer Choice, analisou os novos hábitos de consumo das mães e a influência que estas têm no comportamento de outras mulheres.
Analisar a forma como a mudança nos hábitos de consumo também alteraram os comportamentos das mães na sua faceta de consumidoras e na relação com as marcas e produtos, foi um dos pontos de partida de uma análise recente efetuada pelo estudo “Escolha do Consumidor”, da Consumer Choice (Centro de Avaliação da Satisfação do Consumidor).
Analisou uma ampla variedade de conteúdos que refletem o poder das mulheres enquanto mães modernas, mães essas que atualmente têm uma grande influência nos comportamentos de outras mulheres, graças ao aumento e facilidade de acesso a informações online.
A pesquisa online de informações permite-lhes estarem mais informadas relativamente às escolhas que fazem e também a dar prioridade a questões que as suas progenitoras não davam.
Depois de muitos anos em que produtos como papas e fraldas faziam parte do dia a dia das mães, hoje as atenções estão mais dispersas porque começaram a surgir novas tendências e escolhas na rotina contemporânea como o apelo ao natural e à experiência.
Diariamente, surgem novos temas em fóruns maternos, vídeos no Youtube e relatos nas redes sociais que influenciam e inspiram as novas mães. Por exemplo, o pediatra deixou de ser o grande influenciador para dar lugar às vivências da maternidade de outras mães.
Eis algumas constatações da análise:
Valorização da experiência. Hoje em dia as mulheres partilham as suas experiências através das redes sociais, incentivando outras mães. Passaram a valorizar o testemunho real de mães (“user experience”) relativamente à qualidade de produtos, prestação de serviço e marcas para economizar tempo e dinheiro. Ou seja, constatou-se que agora não são as marcas diretamente que influenciam as mães, mas sim as vivências de outras mães com essas mesmas marcas. As áreas de maior interesse para as mães são as da saúde e educação.
Apetência pelo que é natural. Os conteúdos partilhados nas redes sociais valorizam a tendência do “natural” na maternidade, como o parto natural e o uso de soluções caseiras. No entanto, é a alimentação dos bebés que tem maior destaque principalmente o prolongamento da amamentação no qual as mães millennials são as mais defensoras.
Dicas das influenciadoras. Mais de metade das mães compram produtos de acordo com a recomendação de outras mães. Esta partilha de opinião é feita principalmente nas redes sociais por micro-influenciadoras, outras mães que indicam ou desaprovam produtos ou serviços nas suas contas digitais.
Empowerment no núcleo familiar. A entrada no mercado laboral e a consequente mudança da dinâmica do núcleo familiar possibilitaram as mães a assumirem um papel na determinação do consumo, a nível económico e social. No plano económico, o papel é partilhado em igualdade com os seus parceiros. A nível social, as mães efetuam decisões quando se trata de assuntos de saúde, educação, alimentação, bem-estar, higiene, brinquedos e também, cada vez mais, de aparelhos eletrónicos para o lar e para os filhos.
Totalmente digitais. A presença da mulher no digital está a crescer, segundo o estudo. Concluiu que mais de 50% das mulheres afirmou assistir ou ter assistido a vídeos no Youtube sobre cuidados na gravidez ou na maternidade (este número é superior no caso das mães millennials); cerca de 55% das mães com menos de 35 anos é participante em grupos de Facebook sobre cuidados na gravidez e/ou maternidade, bem como em sites, fóruns e blogs especializados no assunto; e cerca de 40% das mães segue marcas no Instagram e, destas, mais de 60% concorda que esta rede social é um lugar onde aprendem sobre produtos e serviços.