Há 500 mil euros para soluções de IA que detetem plástico nos oceanos

Estão abertas as candidaturas ao AI Moonshot Challenge, um concurso internacional promovido pela Agência Espacial Portuguesa – Portugal Space que procura ideias disruptivas que aliem dados de satélite e Inteligência Artificial e que permitam a deteção de plástico nos oceanos. As inscrições decorrem até 4 de outubro.

Desenvolver soluções para os problemas ambientais através da inteligência artificial (IA) e de novas tecnologias espaciais emergentes é o desafio proposto pelo AI Moonshot Challenge, uma competição mundial de investigação em Portugal e cujas candidaturas já se encontram abertas.

Ao desafio podem responder universidades, institutos de investigação, laboratórios estatais, organizações privadas ou públicas sem fins lucrativos que se dediquem à investigação científica ou empresas, incluindo start-ups. Todos eles têm de articular dados de satélite e IA para desenvolverem atividades de investigação e desenvolvimento, com vista à deteção, ao rastreio, à caracterização e à quantificação dos diferentes tipos de plástico nos oceanos, considerando também rios, lagos ou potenciais locais de origem.

Os 500 mil euros financiarão um projeto de investigação com a duração máxima de dois anos a realizar a partir de Portugal. Podem concorrer entidades nacionais e internacionais, sendo que as últimas estão obrigadas a trabalhar em estreita cooperação com as instituições portuguesas, que deverão ser líderes de projeto. Em alternativa, poderão estabelecer atividade em Portugal.

“Este concurso tem claramente um alcance mundial visto que ambicionamos encontrar soluções que possam ser aplicadas em qualquer ponto do globo, mas tem também uma importante componente local”, explica Carolina Sá, responsável pelas Relações Industriais e Projetos de Observação da Terra da Portugal Space.

Com dados de uma investigação a indicarem que mais de 4,8 milhões de resíduos plásticos podem acabar nos oceanos num só ano, desenvolver soluções para monitorizar estes detritos é bastante importante. “A identificação, quantificação e monitorização destes detritos é crucial se queremos compreender o problema em todas as suas dimensões e avaliar quais as medidas corretivas ou preventivas que serão mais eficazes”, frisa Carolina Sá.

Um júri internacional de peritos nos domínios de Deteção Remota por Satélite e Inteligência Artificial, e presidido por Paolo Corradi, engenheiro de sistemas da Agência Espacial Europeia (ESA,) e Carolina Sá, da Agência Espacial Portuguesa, irão avaliar as propostas.

O prazo de inscrições termina a 4 de outubro e os vencedores serão anunciados em dezembro, durante o Web Summit.

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