Foram criadas quase 3 mil empresas em Portugal só em julho

Em julho deste ano foram criadas 2 916 novas empresas. Ainda que estes números indiquem uma recuperação em relação às quedas registadas em abril, durante o Estado de Emergência, face a Julho de 2019, representam uma quebra de 26%, de acordo com o Barómetro Informa D&B.

As maiores quedas no nascimento de empresas foram registadas nos setores que sofreram mais com a pandemia e onde a atividade presencial é mais relevante, como os Serviços Gerais, Alojamento e Restauração, Transportes, Construção e Retalho, e Serviços Empresariais.

Segundo o Barómetro Informa D&B, que monitoriza mensalmente os fenómenos mais relevantes do tecido empresarial português, a relação entre as novas empresas e a pandemia deixa antever uma reconfiguração e renovação setorial do tecido empresarial, ao penalizar os sctores mais afetados e ao gerar oportunidades noutros sectores.

Também em julho deste ano encerraram 920 entidades – valores que ainda assim se mantêm abaixo do ano passado. A maior queda de encerramentos verificou-se em março e abril, mas desde maio que voltaram a subir, embora ainda estejam aquém dos valores de 2019.

Entre janeiro e julho de 2020 fecharam 6 929 empresas, o que representa menos 23% do que em igual período de 2019. Esta descida verificou-se em todas as regiões e sectores, com a excepção dos Transportes, o único setor que registou mais encerramentos do que no mesmo período de 2019 – uma subida justificada pelo aumento dos encerramentos nas empresas de transporte ocasional de passageiros em veículos ligeiros.

Insolvências sobem 4,2%
Na totalidade do tecido empresarial, registaram-se 1 392 novas insolvências desde o início de 2020, o que representa um crescimento de 4,2% face a 2019 (mais 56 casos).

Alguns setores apresentam mais casos de novas insolvências, mas com valores pouco acima do período homólogo. É o caso das Indústrias, com 376 novas insolvências (mais 21 casos do que no período homólogo) e o Alojamento e Restauração, com 165 novas insolvências (mais 53 do que o mesmo período do ano passado).

O Barómetro Informa D&B ressalva ainda que estes valores ainda não são reveladores da situação real das empresas. Tal deve-se, em parte, às medidas de apoio que o Estado português colocou à sua disposição e ao facto de estes processos serem normalmente demorados e envolverem a atividade dos tribunais, que também foi afetada durante a pandemia.

Por último, o setor das Indústrias, juntamente com o Retalho, Grossistas, Alojamento e Restauração concentram quase dois terços do total das novas insolvências.

 

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