Opinião
Faz o que achares que é o melhor para ti!

Em primeiro lugar, e antes de começar, espero que este artigo ajude e esclareça muitos jovens que passaram ou estão a passar por uma experiência parecida com a minha.
Não vou complicar, porque às vezes tudo que precisamos é de alguém que fale a nossa “língua”, que nos diga aquilo que precisamos de ouvir sem muitos “mimimis”.
Vou contar-vos a minha história e o meu percurso, com o tudo a que tive direito, o bom e o mau.Tirei a minha licenciatura em Comunicação Empresarial, no ISCEM, sem muitos contratempos. Sabia desde cedo que queria seguir comunicação. Sabia mais do que isso, que precisava de lidar com pessoas, a relação humana para mim sempre foi muito importante. Durante o curso, tive dois estágios na área e percebi que não estava completa, não era só aquilo, faltava uma peça….
Demorei pouco tempo para perceber qual era (uma característica minha, sou muito despachada), MODA. O mundo da moda sempre me fascinou e desde miúda que dava por mim a avaliar o que as pessoas vestiam, a observar e na minha cabeça fazia um makeover total. Decidi que o melhor seria então juntar as duas áreas e por isso fui fazer o curso de Marketing de Moda da LSD. Adorei! Sabem aquela sensação de acordar cedo e ter que ir para o trânsito, mas vão felizes porque sabem que vão fazer algo que gostam? Se não sabem, é porque ainda não estão a fazer o que realmente gostam. Eu estava finalmente no meu habitat natural, pelo menos era assim que o sentia e não sei como o descrever de outra forma.
Infelizmente, como o mercado da moda em Portugal é muito fechado, não consegui uma oportunidade de entrar. Sinceramente, fiquei desiludida e pensei…e agora? Acho que muitos de nós jovens adultos, começamos a chegar a uma idade que é de transição, queremos ter a nossa casa, sermos independentes, já é anti-natura dependermos de terceiros para fazer a nossa vida. Mas aprendi uma coisa…não faz mal! Não faz mal se ainda não sabes o que queres fazer, leva o teu tempo, experimenta áreas diferentes e, mais importante que tudo, faz o que achares que é o melhor para ti!
A próxima etapa do meu percurso foi pensar no que seria o melhor para mim. Sabia que ainda não tinha explorado ao máximo as minhas capacidades, desabafei com pessoas próximas que me chamaram à atenção de vários talentos que tinha que ainda estavam adormecidos. Um deles a consultoria de imagem.
Esta fase é muito importante, quando decidem que querem ser empreendedores e na vossa cabeça dá tudo muito certo ou muito errado e por isso, tentam pedir mil opiniões para vos ajudar a tomar uma decisão…Preparem-se para ouvir tudo! “Muito bem!”, “Força! Vais conseguir e vai ser incrível!”, ou “Como assim? Sabes as desvantagens disso?”, “És capaz?”, “Não sei se tens experiência!”, “Devias ir dobrar roupa primeiro para depois sim seres consultora de imagem!”.
Ouvi de tudo. Sabe muito bem o apoio, claro. Custa muito quando começam a questionar. É inevitável que aconteça porque existem pessoas que pura e simplesmente não conseguem aceitar que alguém mais novo e com menos experiência de mercado, tenha tanto ou mais sucesso. É preciso aprender a lidar com opiniões e frustrações. Temos que acreditar em nós e no projeto que estamos a criar. Fazer as coisas com cabeça, tronco e membros.
Fui à luta e tirei o curso de Consultoria de Imagem já a pensar em ter um negócio meu. Correu muito bem e mais uma vez confirmei que estava no sítio certo. Demorei quase um ano a criar o meu projeto porque queria ter a certeza de que estava tudo impecável. É o meu sonho e é para durar.
Tenho seis meses de Beatriz Pereira Image Consulting e tem sido fantástico e difícil ao mesmo tempo. Sei que tenho um longo caminho pela frente, mas todas as pessoas incríveis com que já me cruzei e com quem partilhei os meus sucessos e angústias, me dizem o mesmo: “É difícil e vai ser difícil, a resiliência e o trabalho são a chave para o sucesso”. Assino por baixo.
É muito importante compreender que tudo leva o seu tempo e a “nossa” geração tem um defeito: queremos tudo para ontem e por vezes essa pressa, essa impaciência leva-nos a desistir de projetos que poderiam ser fantásticos.
Por isso digo-vos, continuem a ter ideias, continuem a investir em vocês, a nível pessoal e profissional. Não temos de trabalhar para viver, mas sim viver para trabalhar. Espero que com o meu testemunho tenha pelo menos dado força a quem está nesta fase de arranque de projetos pessoais, ou a quem ainda não arranjou coragem para começar. Para mim foi muito importante escrever este texto para jovens como eu, porque a verdade é que estou a escrever um texto que já gostaria de ter lido antes quando tinha as minhas dúvidas e medos.