Europa lança estratégia para ser terreno fértil para start-ups tecnológicas globais

A Comissão Europeia lançou a estratégia da UE para as empresas em fase de arranque e em expansão. O objetivo é tornar a Europa um lugar ideal para iniciar e desenvolver empresas globais voltadas para a tecnologia.
A Comissão Europeia lançou a estratégia da UE para start-ups e scaleups, com o objetivo de tornar a Europa um local atrativo para iniciar e expandir empresas tecnológicas de alcance global.
“As start-ups e scaleups impulsionam a inovação e o crescimento sustentável, criam empregos de elevada qualidade, atraem investimento e reduzem dependências estratégicas. No entanto, muitas continuam a enfrentar dificuldades para levar as ideias do laboratório ao mercado ou para crescer em escala dentro da UE”, explica a Comissão Europeia no seu site oficial.
Neste sentido, a estratégia “Choose Europe to Start and Scale” procura dar resposta a esses desafios, apoiando as empresas ao longo do seu ciclo de vida e identificando as suas principais necessidades.
A proposta apresenta um conjunto de ações que a Comissão irá implementar nos próximos meses em cinco áreas principais. Uma das áreas refere-se à promoção de um ambiente favorável à inovação, ou seja, menos fragmentação, menos encargos administrativos e regras mais simples, outra à melhoria do financiamento, ou seja, a um mercado de capital de risco mais alargado e integrado na UE e maior envolvimento dos investidores institucionais europeus, e outra aposta é no apoio à entrada no mercado e à expansão, que consiste numa transição mais rápida do laboratório para o mercado.
Há ainda destaque para a atração e retenção de talento de topo, com melhor acesso a profissionais altamente qualificados. E, por último, para a facilitação do acesso a infraestruturas, redes e serviços, que passa pelo acesso e condições contratuais mais simples e harmonizadas.
Estas áreas visam cobrir todo o ciclo de vida de uma start-up. Entre as medidas mais aguardadas destaca-se a criação de um “28.º regime europeu”, que visa harmonizar áreas jurídicas essenciais como insolvência, direito laboral e fiscalidade.
Segundo Ekaterina Zaharieva, comissária para Startups, Pesquisa e Inovação, “a estratégia da UE para star-tups e Scaleups é uma afirmação clara de propósito: queremos que a Europa seja o melhor lugar do mundo para iniciar e fazer crescer um negócio. A estratégia permitirá transformar a criatividade, investigação e ambição europeias em novas empresas, empregos de qualidade e impactos concretos.
Com cinco ações concretas, estamos a remover as barreiras que travam os nossos empreendedores. A Europa está pronta para escalar”.
A par disso, será lançado o European Business Wallet, uma carteira empresarial digital que dará às start-ups uma identidade digital para facilitar a interação com administrações públicas em toda a UE.
No que diz respeito ao financiamento, a Comissão quer fechar a lacuna estrutural com novos instrumentos, nomeadamente um Conselho Europeu de Inovação (EIC) mais alargado e simplificado, um novo Fundo Scaleup Europe, direcionado a empresas DeepTec, e a criação de um Pacto Europeu de Investimento em Inovação, para atrair investidores institucionais ao capital de risco europeu e a empresas não cotadas.
A Comissão Europeia quer também dar prioridade à comercialização da investigação académica e pública, com o lançamento da iniciativa Lab to Unicorn, um programa que apoiará o desenvolvimento de hubs de start-ups e scaleups europeus, aproximando universidades e instituições de investigação das oportunidades de mercado.
Será ainda criado um modelo padrão para licenciamento de propriedade intelectual e participação acionista, para incentivar investigadores e instituições a avançarem com spin-offs comerciais.
Num momento em que as start-ups competem globalmente por talento qualificado, a UE vai lançar também a iniciativa Blue Carpet, que inclui reformas na tributação das stock options dos colaboradores, apoio à educação empreendedora e vistos rápidos para fundadores de fora da UE
Esta estratégia está alinhada com a iniciativa mais ampla Choose Europe. A Comissão apresentará até ao final de 2027 um relatório sobre a implementação desta iniciativa.