Estudo: 90% das start-ups indianas não sobrevivem por falta de inovação

Apesar de nos últimos quatro anos o valor das start-ups indianas ter crescido abruptamente, um estudo recente revelou que 90% deste tipo de empresas não vai sobreviver devido, entre outras causas, à falta de inovação.
Tendo o terceiro ecossistema de start-ups mais desenvolvido a nível mundial, seria de esperar que este tipo de empresas fosse capaz de sobreviver para além de cinco anos. No entanto, não é o que revela um estudo recente levado a cabo pela IBM Institute for Business Value, em conjunto com a Oxford Economics. Esta investigação chegou à conclusão que nove a cada dez start-ups sediadas na Índia não sobrevive mais de cinco anos. A razão mais comum, apontada por 77% dos inquiridos, é a falta de inovação e criação de planos de negócio originais.
A falta de “mão de obra qualificada” e de investimento, de mentores capazes de desempenhar a função adequadamente e a falta de ética nos negócios são outras das razões relatadas pelo estudo.
Rishabh Lawania, fundador da Xeler8, uma plataforma de marketing inteligente recentemente adquirida por um fundo de capital de risco chinês, refere que “desde 2005, 1503 start-ups fecharam na Índia. E as razões principais são a réplica dos negócios já existentes no Ocidente e a falta de investidores”.
A “cópia” de negócios já existentes na Europa e nos Estados Unidos é uma das razões para as start-ups falharem, no entanto, há casos de sucesso. Aqui ficam alguns:
Ola (Uber)
Gaana (Spotify)
OYO Rooms (Airbnb)
Flipkart (Amazon)
A Índia, um país com mais de 1,3 mil milhões de pessoas não tem, no entanto, competidores para o Google, Facebook ou para o Twitter. Enquanto que a China tem o Renren que compete com o Facebook, o Alibaba com a Amazon e o Baidu que é o equivalente ao Google.
“Muitos indivíduos com muito dinheiro que não tomaram os devidos cuidados investiram em start-ups com planos de negócio fracos, o que levou a grandes falhanços nos últimos dois anos” refere Lawania, acrescentando ainda que “os business angels e investidores de risco com pouca experiência já se queimaram demasiadas vezes, mas isso acabou”. Segundo o fundador da Xeler8, os investidores indianos já tomam decisões mais ponderadas com base em mais informação.
Mas nem tudo é mau. O estudo realizado pelo IBM, em conjunto com o Oxford Economics, revelou também que a forte ajuda do governo e o apoio ao empreendedorismo fortaleceu o ecossistema das start-ups na Índia.
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