Estes são os projetos escolhidos pela APDC para melhorar a vida nas cidades

Os vencedores do Prémio Cidades e Territórios do Futuro foram anunciados hoje pela APDC. O objetivo da competição é reconhecer projetos pioneiros, assim como ideias e estratégias, que transformem as cidades em espaços mais habitáveis, sustentáveis e economicamente viáveis.

Os vencedores da 2.ª edição do Prémio Cidades e Territórios do Futuro foram anunciados esta terça-feira, no 32º Digital Business Congress, da APDC. Todos os projetos, ideias e estratégias candidatos ao prémio contam com inovações tecnológicas que promovem a otimização dos recursos e um planeamento, entrega e controlo dos serviços urbanos mais inovador e eficaz, por forma a potenciar a sustentabilidade da economia, da sociedade e do ambiente.

O júri, que integrou mais de 40 personalidades, foi constituído por representantes de empresas e organizações, com conhecimento específico nas categorias a concurso, selecionando o vencedor por cada categoria.

Conheça os vencedores:

Na categoria Saúde e Bem-estar o projeto vencedor recaiu no Lisboa 65+: Plano de Saúde Gratuito para Idosos que consiste no desenvolvimento de plataforma de suporte à implementação de iniciativa municipal para facilitar o acesso à saúde e contribuir para a prevenção das doenças, através da oferta de um conjunto de serviços de saúde gratuitos. Esta iniciativa abrange todos os munícipes residentes e recenseados em Lisboa, com 65 anos ou mais, acrescentando uma componente complementar para os munícipes mais vulneráveis: os beneficiários do complemento solidário para idosos (CSI). O plano disponibiliza três serviços a todos os idosos: teleconsultas de medicina geral e familiar; assistência médica ao domicílio em caso de necessidade; transporte em ambulância, se o médico ao domicílio determinar essa necessidade, entre outros.

Na categorias Igualdade e Inclusão e Qualificações a distinção foi para As Raparigas do Código. Trata-se de uma organização sem fins lucrativos focada em promover a inclusão digital e a igualdade de género, através do ensino da programação a mulheres e raparigas em idade escolar. Este projeto tem como principais objetivos desmistificar o papel da mulher na tecnologia, encorajando a experimentação nas áreas STEM e a escolher um percurso profissional no setor. Visa ainda apoiar e capacitar mulheres que procuram programas de qualificação, requalificação ou desenvolvimento de projetos pessoais de empreendedorismo.

Na categoria ‘Mobilidade e Logística’ venceu o Kiosk Guerin, projeto destinado a revolucionar a jornada do cliente do rent-a-car. Tradicionalmente os clientes experienciam um processo mais lento e menos user-friendly. Na Guerin, com este quiosque, o processo torna-se mais autónomo: os clientes podem atualizar os seus dados pessoais e ter acesso a serviços e promoções, bem como terminar o processo de aluguer da viatura, fazendo o check-out autonomamente.

Nesta categoria foi ainda atribuída uma menção honrosa ao projeto DeepNeuronic, que se centra na deteção e reconhecimento automático de eventos perigosos e comportamentos humanos anormais para a segurança e proteção pública. O objetivo é aumentar a sustentabilidade dos sistemas de videovigilância, diminuindo os elevados recursos necessários, através de algoritmos de visão computacional no processamento de vídeos em tempo real. Devido à flexibilidade de aprendizagem do sistema DeepNeuronic, este adapta-se facilmente aos diversos setores, como segurança (desde municípios a fabricantes de câmaras), transportes (desde tráfego rodoviário a metros e aeroportos) e retalho e comercial (desde supermercados a centros comerciais), entre outros.

Na categoria Relacionamento com o Cidadão e Participação, o galardão foi entregue ao Mobicb Flexível, que integra um projeto piloto de mobilidade sustentável, inclusão e cidadania do Município de Castelo Branco. Disponibiliza uma rede de transportes que permite acabar com o isolamento social em que a população mais vulnerável se encontrava. Em articulação com os operadores locais (taxistas), foi criada uma rede de transporte a pedido, cujas rotas são geridas de forma centralizada. Trata-se de um projeto inclusivo, que promove a igualdade e, simultaneamente, é amigo do ambiente e dinamizador da economia local.

Na categoria Desenvolvimento Económico a vencedora foi a Plataforma de gestão Inteligente de Lisboa (PGIL), uma solução tecnológica com alta capacidade de processamento, que permite a monitorização, gestão operacional e realização de analítica sobre os dados gerados por todo o ecossistema urbano. A PGIL é capaz de receber e tratar um grande volume de dados, muitos deles em tempo real, com origem em câmaras de vídeo, sensores, sistemas de informação da CML e de parceiros externos. Permite depois a disponibilização de alarmística e informação de apoio à decisão a um vasto conjunto de utilizadores internos e ao cidadão, através do Portal de Dados Abertos de Lisboa e da app Lisboa.24.

Nesta categoria foi ainda atribuída uma menção honrosa ao Observatório do Talento, uma plataforma digital de informação que permite recolher, gerir e divulgar informação estratégica sobre o mercado de trabalho (oferta e procura) e competências. Explora também questões relacionadas como salários e condições de emprego. Com recurso a múltiplas fontes e ferramentas de recolha de dados, como estatísticas oficiais, estudos e web scraping, é dirigida a empresas, talento e instituições de ensino/formação.

Por fim, na categoria Sustentabilidade, Economia Circular e Descarbonização, o grande vencedor foi a Recolha Seletiva de Biorresíduos em Cascais, projeto de separação de restos de comida para produção de energia elétrica e de composto orgânico. Os munícipes abrangidos (10 mil famílias) recebem gratuitamente um rolo de sacos verdes, que devem usar para descartar os restos de comida, colocando-o diretamente no contentor dos resíduos indiferenciados (cinzento), para garantir a sua separação do “lixo comum”. Os sacos verdes, recolhidos juntamente com os restantes resíduos indiferenciados, são triados através de um leitor ótico na unidade de tratamento de resíduos e encaminhados para outro processo, que originará o biogás e o composto.

Nesta categoria foi ainda entregue uma menção honrosa ao Comsolver – Comunidade de energia solar. Um projeto de desenvolvimento de soluções de gestão para comunidades de energia renovável (CER), com integração de veículos elétricos e sistemas de armazenamento de energia com base em baterias de segunda vida. O projeto inclui a produção descentralizada de eletricidade a partir de painéis fotovoltaicos e a partilha da energia produzida, permitindo estabelecer um mercado interno de energia entre os membros da comunidade.

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