Especial Inovação em Saúde: Portugal na linha da frente da transformação

De start-ups tecnológicas a universidades, de políticas públicas a parcerias privadas, Portugal está a construir um ecossistema de saúde cada vez mais digital, integrado e centrado no cidadão. Este é o retrato de um setor em plena revolução – com impacto económico, clínico e social, e numa altura em que os sistemas de saúde enfrentam crescentes pressões.

Portugal está a viver uma profunda transformação no setor da saúde, impulsionada pela inovação tecnológica e pela digitalização acelerada dos cuidados. De acordo com o relatório “Década Digital 2025: Estudo de Indicadores de Saúde Digital”, do Digital Economy and Society Index (DESI) 2025, Portugal destaca-se na maturidade em Saúde Digital com uma pontuação global de 88%, em 2024, superando a média da União Europeia (UE), fixada em 82,70%.

Portugal superou também o valor registado em 2023 (86%), posicionando-se, assim, em 8.º lugar e acima da média da UE no que diz respeito à disponibilização do acesso aos dados de saúde dos cidadãos. O país integra, deste modo, o top 10 europeu em desempenho digital em Saúde.

No domínio que avalia a capacidade dos cidadãos acederem aos seus registos de saúde eletrónicos, Portugal alcançou a pontuação máxima de 100%. O relatório salienta que o país conta com um serviço centralizado, disponível a nível nacional, permitindo aos cidadãos consultar digitalmente os seus dados de saúde.

Fonte: Relatório “Década Digital 2025: Estudo de Indicadores de Saúde Digital”, do DESI

Fonte: Relatório “Década Digital 2025: Estudo de Indicadores de Saúde Digital”, do DESI 2025

Este resultado coloca Portugal em linha com a média da UE, uma vez que todos os Estados-membros disponibilizam um serviço digital, seja a nível nacional ou regional, para facilitar esse acesso.

Quanto à disponibilização de diferentes tipos de dados de saúde por via eletrónica, o país obteve uma pontuação de 92%, mais uma vez um valor significativamente acima da média da UE (79%). Das melhorias implementadas este ano, destaca-se a disponibilização dos relatórios de alta hospitalar, agora acessíveis em tempo útil para os cidadãos. Estes relatórios incluem informações sobre o motivo da admissão, tratamento efetuado, evolução clínica, identificação do médico responsável e número de cédula profissional.

No domínio da tecnologia e da cobertura de acesso – que avalia os meios disponíveis para os cidadãos consultarem os seus registos de saúde eletrónicos, bem como a abrangência dos serviços em termos de entidades fornecedoras de dados –, Portugal regista uma pontuação de 96%, superando também a média da UE, fixada nos 85%.

O relatório sublinha ainda que a grande maioria da população nacional (entre 80% e 100%) tem possibilidade de aceder aos seus registos de saúde através de portais online ou aplicações móveis, utilizando credenciais eletrónicas compatíveis com o regulamento europeu. Na área que avalia a oportunidade de acesso ao registo de saúde eletrónico para determinados grupos de pessoas, Portugal obteve uma pontuação de 75%, ligeiramente abaixo da média, situada nos 78%.

Este avanço traduz-se numa base sólida para a implementação de soluções tecnológicas com impacto direto na prática clínica, na gestão dos sistemas de saúde e na vida dos utentes.

Inovação como motor de crescimento

A inovação está hoje no centro das prioridades do setor, com destaque para áreas como a inteligência artificial, os sistemas de apoio à decisão clínica, a reabilitação digital, a telemedicina, os dispositivos médicos conectados e os gémeos digitais. Empresas portuguesas – como Sword Health e a UpHill – são exemplos de sucesso reconhecido internacionalmente.

A primeira, especializada em reabilitação digital, já garante cuidados com IA a mais de meio milhão de pacientes, com impacto real no acesso, na qualidade e nos resultados clínicos.  A empresa – que saltou para as capas dos jornais quando atingiu uma valorização superior a mil milhões de dólares, transformando-se em mais um unicórnio nacional – foi escolhida pelo Guy’s and St Thomas’ NHS Foundation Trust, a maior unidade hospitalar do sistema nacional de saúde do Reino Unido, para integrar uma iniciativa que quer alterar a forma como os cuidados de saúde estão a ser aplicados no país.

Já a UpHill, que desenvolve software e conteúdos médicos para orquestração e automação de jornadas de cuidados em hospitais e outras instituições de saúde,  lidera um consórcio europeu que quer ligar os dados de saúde de três milhões de cidadãos no continente, um dos passos para a concretização do Espaço Europeu de Dados em Saúde. O i2X representa um investimento de oito milhões de euros e junta 38 parceiros de 12 Estados-membros da União Europeia. Em Portugal, o piloto decorre em Coimbra e na Madeira.

Também a área da telemedicina tem registado uma evolução significativa. Com 1,6 milhões de portugueses sem médico de família, as filas nos centros de saúde multiplicam-se para agendar uma consulta. Mas à distância de um clique é possível encontrar um médico e marcar uma teleconsulta em apenas 60 minutos, graças a uma start-up portuguesa que já foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Através de uma plataforma com inteligência artificial, a Knok permite aos profissionais de saúde focarem-se apenas na parte clínica, enquanto os pacientes têm um acesso rápido e fácil a cuidados de saúde. Com dez anos de existência, a plataforma da Knok facilita, em média, duas mil consultas por dia. O seu principal serviço são consultas de telemedicina, 24 horas por dia, sete dias por semana e tipicamente prestam saúde primária.

No domínio do diagnóstico e monitorização médica, empresas como a iLoF, a Glooma, a PURR.ai e a C-mo Medical Solutions também estão a revolucionar o setor.

iLoF utiliza inteligência artificial e fotónica para facilitar a descoberta de biomarcadores e personalizar tratamentos, enquanto a Glooma desenvolveu um dispositivo – designado “Emma”–, que permite a realização de autoexames mamários em casa, promovendo a deteção precoce do cancro da mama. Por outro lado, a PURR.ai recorre à análise de imagens médicas para melhorar diagnósticos, e a C-mo Medical Solutions oferece uma solução inovadora para monitorizar a tosse, ajudando na gestão de doenças respiratórias.

Na área de terapias e engenharia biomédica, destacam-se start-ups como a TargTex, a Beat Therapeutics e a Metatissue. Estas empresas trabalham em soluções para doenças difíceis de tratar ou na regeneração de tecidos humanos. A TargTex foca-se em terapias direcionadas para glioblastomas, enquanto a Beat Therapeutics está a desenvolver tratamentos que regeneram tecidos cardíacos danificados. Já a Metatissue aposta em engenharia de tecidos para criar substitutos biológicos que restauram funções corporais perdidas.

Estes avanços estão a provocar mudanças estruturais nos modelos de negócio e na prestação de cuidados. O mercado português de saúde digital tem crescido de forma sustentada — estimando-se uma receita de cerca de  388,7 milhões de dólares (cerca de 386 milhões de euros) em 2024, com um crescimento anual médio (CAGR) de cerca de 6,9%, até atingir aproximadamente  543,7 milhões de dólares  (cerca de 500 milhões de euros) em 2029, segundo projeções disponíveis no Statista Market Forecast.

Fonte: Statista Market Insights, “Digital Health – Portugal” (dados de 2024 com projeções até 2029, CAGR ~6,9%)

Modelos híbridos de colaboração público-privada, como o projeto-piloto entre o SNS e o Grupo CUF para a interoperabilidade de dados clínicos, apontam para um futuro de maior integração e eficiência. Ao mesmo tempo, políticas de internacionalização da inovação, como a plataforma MedPortugal Connect, estão a posicionar o país como um hub competitivo no eixo Europa-Estados Unidos.

No plano da sustentabilidade, a transformação digital tem igualmente um papel central. A utilização de tecnologias preditivas, sensores e plataformas de monitorização remota permite otimizar recursos, prevenir hospitalizações e promover uma abordagem centrada na prevenção e na personalização dos cuidados. Iniciativas como o curso INNOVHEALTH: Inovação em desenvolvimento de soluções tecnológicas e digitais em saúde, liderado pela Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto, e o novo Mestrado em Competências Digitais na Saúde da FCT/NOVA, em parceria com empresas como a Bayer e a Google Health, demonstram o empenho das instituições de ensino em preparar profissionais para este novo ecossistema.

Também iniciativas como o Health Cluster Portugal e o Testing and Experimentation Facility for Health AI and Robotics (TEF-Health) desempenham papéis chave em Portugal. Esta última, coordenada pelo Instituto Pedro Nunes (IPN), visa acelerar a certificação de tecnologias baseadas em IA e robótica, permitindo que start-ups testem e lancem os seus produtos no mercado.

Portugal conta hoje com um ecossistema dinâmico e colaborativo de inovação em saúde, onde empresas, universidades, centros de investigação e instituições públicas convergem para resolver os grandes desafios do setor. Os projetos-piloto de interoperabilidade, os centros de dados em saúde, as plataformas digitais de prevenção e os festivais de tecnologia aplicada à saúde são expressão dessa vitalidade.

Num momento em que os sistemas de saúde enfrentam crescentes pressões demográficas, económicas e sociais, a inovação tecnológica e organizacional surge como uma resposta necessária — e Portugal está, comprovadamente, entre os países que lideram essa transformação.

Este é, por isso, o tempo de olhar para a saúde não apenas como um serviço essencial, mas como um espaço fértil de criação de valor, conhecimento e impacto. Um setor onde se cruzam ciência, tecnologia, humanidade e visão estratégica. E onde o futuro — mais inteligente, mais sustentável e mais próximo do cidadão — já está a ser desenhado hoje.

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“A nossa ambição é clara: liderar a próxima geração da medicina”

 

Helena Freitas, Country Lead da Sanofi Portugal

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“Investir em engenharia com propósito é investir num futuro mais humano e sustentável”

Pedro Matias, presidente do ISQ

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Portugal reduz custos diretos em saúde, mas crianças e grupos vulneráveis enfrentam desafios

A mais recente nota informativa do Observatório da Despesa em Saúde Evolução das despesas diretas em saúde em Portugal, revela uma significativa melhoria na proteção financeira dos cidadãos residentes em Portugal face às despesas diretas em saúde entre 2015 e 2022. O estudo, da autoria da investigadora do Nova SBE Health Economics & Management Knowledge Center, Carolina Santos aponta, no entanto, para um agravamento da vulnerabilidade financeira em grupos etários mais jovens, assim como para a persistência de um gradiente socioeconómico na alocação de rendimento a despesas de saúde.

O estudo que se insere no âmbito da Iniciativa para a Equidade Social, uma parceria entre a Fundação ‘la Caixa’, o BPI e a Nova SBE , analisou dados do Inquérito às Despesas das Famílias de 2015 e 2022 do Instituto Nacional de Estatística (INE), e revelou que o peso das despesas diretas em saúde no rendimento líquido dos cidadãos portugueses diminuiu de uma média de 5,56%, em 2015, para 3,46%, em 2022. Esta melhoria foi impulsionada pela redução das despesas diretas per capita, que passaram de 445,26 euros para 365,45 euros, e pelo aumento do rendimento líquido médio per capita, que subiu de 9.344,71 euros para 12.081,08 euros.

A nota revela que a população com 65 ou mais anos foi a que mais beneficiou das medidas de proteção financeira. O peso das despesas diretas em saúde no rendimento líquido dos idosos passou de 8,5% em 2015 para 4,7% em 2022, o que representa uma melhoria significativa.

Apesar destes dados, nem todos os grupos etários beneficiaram igualmente das melhorias. Crianças com idades entre os 5 e os 14 anos viram a sua desproteção financeira aumentar. Para o grupo de crianças entre 5 e 9 anos, a percentagem em situação de pobreza, risco de pobreza, ou que viu a sua condição de pobreza agravar-se devido a despesas diretas em saúde aumentou 0,94% entre 2015 e 2022.

As despesas com medicamentos, aparelhos e material terapêutico constituem a maior parte das despesas diretas em saúde, uma tendência particularmente visível entre a população idosa.

O estudo conclui que é necessário continuar a implementar políticas públicas que protejam grupos socioeconómicos vulneráveis, além da população idosa.

CUF convida start-ups a apresentarem soluções inovadoras em saúde

A CUF convida as start-ups e Pequenas e Médias Empresas (PME) portuguesas a participarem no “Born- Encontros de Inovação: 1.º matchmaking Testbed ITeCS” que incidirá sobre inovação tecnológica em cuidados de saúde. A iniciativa é dirigida a empresas inovadoras na área da Saúde Digital e pretende apoiar e promover parcerias estratégicas para impulsionar o desenvolvimento das suas soluções tecnológicas. As candidaturas decorrem até 11 de outubro.

Guiado pela ideia “onde o futuro da saúde nasce”, as empresas selecionadas terão a oportunidade de apresentar as suas tecnologias, necessidades e objetivos a um painel de 36 membros do consórcio Testbed- ITeCS. O encontro de inovação, que terá lugar a 23 de outubro no Hospital CUF Porto, permitirá conectar start-ups e PME com parceiros que possam ajudá-las a ultrapassar desafios, sejam eles no desenvolvimento tecnológico, na testagem ou na mentoria.

Para participarem no “1.º matchmaking Testbed ITeCS”, as start-ups ou PME devem estar sediadas em Portugal; desenvolver soluções tecnológicas alinhadas com as áreas de atuação do Testbed- ITeCS e necessitar de apoio especializado para desenvolver a sua solução e aumentar o nível de Technology Readiness Level (TRL) em pelo menos um nível com o apoio recebido.

Universidade de Coimbra integra consórcio europeu para avançar na investigação sobre cancro

A Universidade de Coimbra (UC) e a Unidade Local de Saúde de Coimbra (ULS Coimbra) fazem parte do consórcio europeu UNCAN-CONNECT que obteve 30 milhões de euros para melhorar a investigação sobre cancro na Europa. O projeto, financiado pelo Programa Horizonte Europa da Comissão Europeia, arranca a 1 de setembro e prolonga-se até agosto de 2030, visando criar plataformas colaborativas para acelerar a descoberta de novos tratamentos.

Liderado pela Universidade de Tartu (Estónia), o UNCAN-CONNECT (Decentralized Collaborative Network for Advancing Cancer Research and Innovation), reúne 53 instituições, de 19 países, e tem como objetivo facilitar o acesso seguro e ético a dados de saúde relacionados com o cancro em toda a União Europeia, promovendo a interoperabilidade, a ciência aberta e a colaboração entre investigadores, empresas e instituições públicas.

Em Coimbra, serão desenvolvidos quatro estudos clínicos focados em cancro pediátrico, pancreático, da próstata e linfoma. A equipa da UC é liderada por Ana Margarida Abrantes, docente e investigadora da Faculdade de Medicina, enquanto a da ULS Coimbra é coordenada por Arnaldo Figueiredo, diretor do Serviço de Urologia e Transplantação Renal. O Instituto Pedro Nunes também integra o consórcio em Portugal.

U.Porto reforça aposta na saúde e bem-estar dos seus estudantes

A vida universitária pode ser uma fase de transição desafiante, marcada por exigências académicas, mudanças sociais e novas responsabilidades. É também um momento em que surgem, com frequência, problemas como ansiedade, stress, perturbações do sono, distúrbios alimentares ou uso indevido de substâncias. E é para ajudar os seus estudantes a enfrentá-los que a Universidade do Porto tem vindo a apostar no reforço do seu Plano Integrado de Saúde e Bem-Estar, uma iniciativa coordenada pelos Serviços de Ação Social da U.Porto (SASUP), que tem como objetivo criar um ambiente universitário mais saudável, equilibrado e inclusivo.

O que fazer para prevenir casos de adição a álcool ou drogas? Que receitas seguir para uma alimentação saudável e económica? Como gerir a ansiedade antes de um teste ou de um exame? Como prevenir as infeções sexualmente transmissíveis? Como combater o cyberbullying e a dependência online? São algumas das questões a que este plano procura dar resposta através de um conjunto de iniciativas pensadas para – e por – estudantes.

A implementar nas diferentes faculdades e residências universitárias, mas também em contextos como a Queima das Fitas do Porto e outros espaços da cidade, o plano está a ser desenvolvido de forma transversal, envolvendo estudantes, docentes, colaboradores e entidades parceiras, com o objetivo de garantir que a saúde e o bem-estar estejam presentes em todas as esferas da vida universitária.

Hospital da Luz, Deloitte e Google Cloud juntam-se para acelerar transformação digital na saúde

O Hospital da Luz, a Deloitte e a Google Cloud anunciaram que vão colaborar para desenvolver projetos inovadores com recurso à inteligência artificial (IA), em particular à IA generativa. Esta parceria pretende transformar o setor da saúde, tornando-o mais eficiente para as organizações, mais eficaz para os profissionais de saúde e, sobretudo, mais centrado no doente e nas suas necessidades individuais.

A colaboração vai prolongar-se por três anos, estando as equipas das três instituições a definir desde já áreas prioritárias de colaboração, com o objetivo de identificar casos de uso de elevado impacto.

O aumento da carga de doença da população cada vez mais idosa, o crescimento dos custos, a escassez de recursos profissionais e as disparidades no acesso à saúde tornam este desafio da digitalização mais premente, “tornando obrigatório e inevitável o recurso às tecnologias emergentes baseadas em IA“, salienta a instituição de saúde.

EMA publica primeiro relatório sobre IA na regulação de medicamentos

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) publicou o primeiro relatório anual do Observatório de Inteligência Artificial, uma nova estrutura criada no âmbito do plano de trabalho plurianual do Network Data Steering Group (NDSG). Esta rede estratégica integra peritos de toda a União Europeia e inclui a participação do Infarmed, através da EMA e do Grupo de Chefes das Agências de Medicamentos (HMA).

Este relatório marca um ponto de viragem na abordagem da Rede Europeia de Regulação de Medicamentos (EMRN) à inteligência artificial, ao compilar, pela primeira vez, as experiências acumuladas ao longo de 2024 na aplicação de soluções de IA em todo o ciclo de vida dos medicamentos. O documento cobre desde a fase de investigação e desenvolvimento até à farmacovigilância no período pós-comercialização, revelando como estas tecnologias estão a transformar os processos de regulação.

A EMA sublinha no relatório o potencial da IA para aumentar a produtividade dos sistemas regulatórios, automatizar tarefas repetitivas, apoiar a tomada de decisão baseada em dados e reforçar a capacidade da rede para responder a desafios complexos de forma mais célere e eficaz.

Em complemento ao relatório principal, foram também divulgados dois documentos de apoio: uma compilação de casos práticos de utilização de IA na regulação de medicamentos, com exemplos concretos aplicados por diferentes autoridades nacionais, e um relatório de horizon scanning. Este último identifica tendências emergentes, lacunas existentes e oportunidades para a integração da IA na atividade regulamentar, com base numa análise sistemática da literatura científica e de projetos financiados pela União Europeia.

Entre as inovações em destaque surge o “Scientific Explorer”, uma ferramenta de knowledge mining – uma área especializada da IA que permite a extração inteligente de informação a partir de grandes volumes de dados. Esta solução visa acelerar o acesso dos peritos a evidência científica e precedentes regulamentares armazenados em bases de dados complexas, permitindo decisões mais fundamentadas em menos tempo. O relatório examina também o uso de ferramentas de IA generativa na redação de relatórios clínicos e documentação regulamentar, bem como em fases críticas de desenvolvimento e fabrico de medicamentos.

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