Envelhecimento é o maior desafio para a economia portuguesa

A Católica-LISBON lançou um questionário a 25 mil pessoas para apurar os maiores desafios que a economia portuguesa vai enfrentar em 2018. Segundo o estudo, o envelhecimento é o fator mais relevante a ter em conta.
A Católica Lisbon School of Business & Economics inaugurou ontem um novo ciclo de conferências. O Knowledge@Católica-Lisbon pretende demonstrar os maiores desafios para Portugal em 2018.
Nesta inauguração foram revelados alguns dados do estudo. Segundo 55% dos mais de 25 mil inquiridos, o maior desafio no panorama nacional passa pelo envelhecimento. A qualidade da justiça ficou em segundo lugar na tabela, com 54,3% dos inquiridos a mostrarem pouca confiança nos tribunais portugueses.
A competitividade das empresas é também um tema preocupante para os inquiridos. 45,7% indicaram este ponto como um desafio para o país. Em quarto e quinto lugares da tabela ficaram o excesso de burocracia e a dependência do Estado, com representatividades de 40% e 37%, respetivamente.
Durante a conferência foram também abordados outros desafios à economia nacional, que passaram por temas como sustentabilidade, digitalização, inovação e internacionalização.
Neste último ponto coube a João Gomes da Silva, administrador da Sogrape, detentora de marcas como Mateus Rosé e Gazela , explicar o desafio de levar os produtos portugueses para o estrangeiro. O administrador da empresa que exporta para mais de 120 países e que se autoproclama como sendo, “por ventura, a maior marca portuguesa”, aponta como ponto fulcral para a internacionalização uma boa liderança.
Segundo Gomes da Silva, Portugal reúne atualmente um conjunto de fatores, nunca antes vistos, que potenciam a internacionalização das marcas. No entanto, o administrador da marca criada em 1942 deixa o aviso de que Portugal tem de criar uma marca por si só. A dificuldade de exportar produtos de qualidade passa também por dar a conhecer o país. Caso contrário não há condições reunidas para o fazer.
Já Paulo Pereira da Silva, presidente da Renova, a quem coube abordar o tema da inovação, referiu a dificuldade da captação de talento como um dos pontos mais relevantes para haver falta de disrupção nos setores nacionais. Pereira da Silva premiou ainda a inovação no Ensino Superior português, “especialmente na Católica”, e introduziu a ideia de que é preciso investir nas universidades, visto que as grandes empresas “precisam de ir beber da inovação” criada pelos alunos universitários.
Abordando ainda o tema da competitividade, para o presidente da Renova a solução poderá passar por os portugueses escolherem uma área para se focarem e tornarem-se líderes, exemplificando este ponto com o caso da aposta na economia espacial por parte do Luxemburgo.