Crowdfunding do mês: um carro a hidrogénio que nunca vai ser vendido

Este mês apresentamos-lhe a possibilidade de fazer parte de um projeto que pode revolucionar o mundo automóvel. Não só por ter desenvolvido um carro movido a hidrogénio, como também pelo facto de apresentar um modelo de negócio nunca aplicado no setor.

O mês passado apresentámos-lhe um tutorial da PPL para as suas campanhas de angariação de fundos. Em março, voltamos ao equity crowdfunding com um projeto que pode vir a revolucionar o setor automóvel.

Apresentamos-lhe então a britânica Riversimple, uma empresa que se define como sendo a única fabricante de automóveis que não quer vender os seus carros. O projeto já tem uma avaliação pre-money que supera os 55 milhões de euros e está, neste momento, com uma campanha de equity crowdfunding na Seedrs para angariar fundos. O objetivo é construir os primeiros 10 carros em fase beta.

Intitulados de Rasa, estes veículos são livres de combustíveis fósseis e são movidos a energia elétrica e hidrogénio. Isto acontece numa altura em que há esforços do governo britânico para aumentar os carros movidos com este tipo de fontes energéticas.

O fundador do projeto, Hugo Spowers, é um engenheiro com background em corridas desportivas profissionais, que abandonou este mundo por “razões ambientais”. Pouco tempo depois desenvolveu o seu primeiro projeto automóvel amigo do ambiente, o LIFEcar, em parceria com a Morgan Cars.

O Rasa é a aplicação da tecnologia – patenteada – desenvolvida pela Riversimple num carro de estrada legal. Este veículo de dois lugares foi desenhado para ser amigo do ambiente, eficiente energeticamente e ainda seguro e divertido de conduzir.

Além de todas as componentes positivas, a empresa apresenta ainda um modelo de negócio inovador no setor, formatado de maneira a que grande parte das pessoas consigam ter um carro deste género. “A nossa estratégia vira o modelo de negócio tradicional ao contrário”, explica a equipa na descrição da campanha.

A Riversimple quer lucrar a partir de um modelo de negócio semelhante ao usado pelas operadoras de telemóveis no Reino Unido, onde é dado um aparelho com todo o serviço incluído (seguro, combustível, manutenção, etc.). Enquanto consumidor, pode usar o carro durante dois anos, por exemplo, e pagar uma taxa mensal com um número de quilómetros que poderá percorrer.

Terminados os dois anos de utilização do veículo, o consumidor pode devolver o carro que, depois de entrar em manutenção, vai seguir para outro cliente. A Riversimple acredita que como as receitas estão associadas ao número de carros em circulação, em vez de ao número de carros vendidos naquele ano, os rendimentos vão ser bastante mais resilientes em momentos maus da economia.

Neste sentido, a Riversimples não só apresenta uma solução para a poluição associada aos transportes individuais, como também introduz um novo modelo de negócio numa indústria que está a sofrer grandes alterações.

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