Conselhos de carreira que os CEO estão dispostos a partilhar

O conselho certo na hora certa pode alterar a forma como olhamos para o trabalho e para vida. Eis a experiência de alguns CEO e líderes internacionais partilhada pelo WEF.
Aprender com quem está há mais anos numa profissão ou cargo é sempre uma mais-valia inestimável para quem tem vontade de aprender para fazer sempre melhor. Por isso, conhecer as experiências de outros e perceber que não é só a nossa vida pessoal e profissional que está em mudança, pode ser transformador para a forma como se olha para a carreira e para o trabalho.
Uma publicação do World Economic Forum (WEF) espelha os conselhos mais valiosos que seis CEO e líderes receberam ao longo da vida e que impactaram o seu “modus vivendi”.
A que metade do mundo pertence?
Leif Johansson, ex-presidente não executivo da AstraZeneca. Ao criticar algo que a sua equipa fez mal (na sua opinião), o chefe deu-lhe o seguinte conselho: “Quando você começar a pensar que mais de metade da população ao seu redor é idiota, então comece a pensar a qual parte do mundo você pode pertencer.”
Johansson reconheceu que isso mudou a forma como lidava com as falhas no trabalho. Em vez de criticar o passado, essa abordagem permite que ele se concentre no futuro.
Levar as pessoas consigo
Marie-France Tschudin, presidente da Innovative Medicines International e diretora comercial da Novartis. Habituada a gerir mudanças e a mobilizar equipas, Marie-France Tschudin recorda um dos professores da universidade que lhe disse no início da carreira:
“Se você não levar as pessoas com você, pode ter o melhor produto, a melhor estratégia, a melhor liderança, mas nada acontecerá”.
Isso moldou-a ao longo da sua vida profissional, porque “quando se investe tempo para garantir que as pessoas estão dispostas a acompanhá-la, isso ajuda muito”, salientou. “Em tempos de mudança, a pior coisa que você pode fazer é não estar presente”.
Não faz mal não ser perfeito
Caroline Casey, fundadora do The Valuable 500. O objetivo, bem-intencionado, de procurar a perfeição pode tornar-se um obstáculo na vida e nos negócios. Por vezes, menos pode ser mais, lembra Caroline Casey.
“Lembre-se, 80% é bom o suficiente…Perfeição é o que fica no seu caminho”. Este foi o conselho do seu mentor de negócios, um CEO da Fortune 200, que a ensinou a sentir-se confortável com um pouco menos que a perfeição para ganhar impulso.
O poder do assobio
Nicola Mendelsohn, Head do Grupo de Negócios Globais da Meta (Facebook). A viver um problema pessoal relacionado com cancro, Mendelsohn recorda um conselho que recebeu e que ajudou a lidar com os seus desafios, pessoais e profissionais:
“Você não pode chorar e assobiar. Então, às vezes tudo pode ficar um pouco exagerado, e se você assobiar, garanto, não vai conseguir chorar ao mesmo tempo”. Ela lembra ainda o lema de Eleanor Roosevelt de fazer coisas que você acha que não pode fazer como um mantra. “Porque quando você faz essas coisas, você sabe que elas são aterrorizantes Mas é quando você aprende mais. É quando você se esforça e, quando olha para trás, pensa: sim, eu fiz isso e fiquei orgulhoso”.
Ultrapassar os medos
Cassandra Mao, diretora de Estratégia da Halo Car (empresa de tecnologia para veículos autónomos). Esta profissional acredita em sair da zona de conforto e afirma que gosta “muito de experiências em que me sinto muito desconfortável. Na verdade, procuro-as porque acho que quando você está desconfortável, geralmente é um sinal de que está a fazer algo novo – e fazer algo novo é o primeiro passo para crescer, certo?”
O melhor conselho que lhe deram: “Sinta o medo e faça isso de qualquer forma”.
Tenha paixão
Blake Scholl, da Boom Supersonic. Este engenheiro de software, que dirige a empresa de aeronaves Boom Supersonic, sempre seguiu as suas paixões. “Não tenho currículo para construir aviões supersónicos. Passei um ano apenas ensinando a mim mesmo os fundamentos do projeto e da economia do avião, e descobri que posso aprender isso”, explicou.
Ele descreve a mentalidade tradicional de especialização num tópico e se tornar num especialista ao longo do tempo como “auto limitante”, apontando que “as capacidades são muito mutáveis, o conhecimento é mutável, mas as paixões não”. Por isso, Scholl acredita que “é muito mais poderoso seguir suas paixões e deixar que seu conhecimento e suas capacidades sigam para onde a sua paixão o levar”.