CEO de app com 25M de utilizadores revela segredos para o sucesso

A Lifesum é uma aplicação mobile com mais de 25 milhões de utilizadores ativos. O seu CEO, Henrik Torstensson, desvendou alguns segredos para atingir o sucesso.

A história da Lifesum começou em 2013, na Suécia. Esta app, disponível para sistemas operativos Android e iOS, dá conselhos de nutrição e monitoriza as calorias que os utilizadores consomem.

A aplicação mobile já arrecadou mais de 13,5 milhões de euros em investimentos. Estes números devem-se em parte ao sucesso que a app teve no mercado norte-americano.

Em menos de cinco anos a Lifesum conseguiu atrair mais de 25 milhões de utilizadores ativos por todo o mundo. O cofundador e CEO da aplicação mobile, Henrik Torstensson, revelou recentemente ao Business Insider Nordic os cinco princípios básicos para um projeto atingir o sucesso.

Para além de ser um empreendedor bem-sucedido, o cofundador da Lifesum é também um business angel. Na componente de investidor, Torstensson diz procurar “quatro aspetos numa empresa: um bom produto, crescimento de utilizadores, um modelo de negócio forte e boas pessoas. Para além da Lifesum ter todos estes componentes, foi capaz de melhorar o mundo através da saúde, exercício e comida”.

Para Torstensson os cinco princípios básicos para o sucesso de um projeto traduzem-se em:

Produto
No caso do produto da Lifesum, a empresa foi capaz de ir ao encontro dos desejos dos potenciais clientes que queriam adotar um estilo de vida saudável. “O produto tem de ter potencial para ser líder num mercado com milhões de potenciais utilizadores”, refere Torstensson.

O empreendedor e investidor acrescenta ainda a importância de haver um contínuo desenvolvimento do produto. A Lifesum é um exemplo disto, tendo aumentado a fasquia no que toca a aplicações mobile direcionadas à saúde com a integração de inteligência artificial e machine learning, de forma a melhorar a experiência dos seus utilizadores.

Equipa
Por norma, esta é a componente que preocupa mais os investidores. Se não houver uma boa equipa a comandar uma empresa é quase certo que não vão sair resultados positivos.

Torstensson explica que são “as pessoas que fazem uma empresa e contratar as pessoas certas para construir a equipa certa é mais importante do que as pessoas pensam”.

Questionado pelo Link to Leaders sobre este tema, Adeo Ressi, fundador do The Founder Institute, explicou que o ativo mais importante de qualquer projeto passa pela “vontade dos fundadores. Ponto final. Uma empresa morre quando os fundadores desistem, portanto, a vontade da equipa é sem dúvida o mais importante”.

Crescimento de utilizadores
Neste campo, Torstensson teve oportunidade de trabalhar com Martin Lorentzon, um dos cofundadores do Spotify e um dos empreendedores mais bem-sucedidos a chegar a novos mercados e atrair novos clientes.

Com esta experiência, Torstensson revela que um “produto que não chega aos utilizadores não cria uma empresa. É preciso perceber como atrair novos consumidores através da distribuição, marketing, relações públicas, boca-a-boca e assim por diante. Depender apenas do boca-a-boca raramente traz resultados”.

Modelo de negócio
O mais provável é o fundador da Lifesum ter também aprendido a desenvolver modelos de negócio com o cofundador do Spotify, visto que a start-up que se foca em streaming de música ainda não conseguiu atingir um ponto de equilíbrio económico devido às falhas apresentadas no seu business plan.

A verdade é que as bases do modelo de negócio das duas start-ups – da Lifesum e do Spotify – são idênticas. Ambas vivem de anúncios e de pacotes premium, onde existem mais funcionalidades e não há publicidade.

“De forma a crescer, uma empresa precisa de gerar receitas. [Para isso, precisa de] encontrar um modelo de negócio que se adeque ao produto e à estratégia de atrair novos utilizadores, como através de anúncios ou de receber pagamentos dos clientes”.

 Resiliência
“Atingir o sucesso demora tempo, e demora ainda mais a crescer muito, portanto não desistam pelo caminho”, aconselha o CEO da Lifesum.

Apesar da aplicação mobile estar posicionada no topo do seu segmento, tal como referido no ponto anterior, o projeto ainda está à procura de lucrar. Em 2016, a empresa teve mais de 3,1 milhões de euros em prejuízos.

Comentários

Artigos Relacionados

Carlos Rocha, economista e ex-administrador do Banco de Cabo Verde